A líder de Taiwan invocou, esta terça-feira, um conflito armado de 1958 como exemplo da determinação do território em defender-se, face à possibilidade de a República Popular da China recorrer à força para unificar o território.
urante um diálogo com investigadores do grupo de reflexão (‘Think Tank’) Hoover Institution, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, Tsai Ing-wen referiu-se à Segunda Crise do Estreito de Taiwan, em 1958, quando o Exército chinês executou bombardeamentos prolongados nas ilhas Kinmen e Matsu, de Taiwan.
Após a presidente da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, se deslocar a Taiwan – a visita de mais alto nível realizada pelos Estados Unidos à ilha em 25 anos — Pequim realizou exercícios militares em larga escala, que incluíram o lançamento de mísseis e o uso de fogo real. Durante quase uma semana, o Exército de Libertação Popular fez um bloqueio marítimo e aéreo de facto ao território.
Pequim vê as visitas de alto nível à ilha como uma interferência nos seus assuntos e um reconhecimento de facto da soberania de Taiwan.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.
Tsai disse mais tarde a deputados japoneses que a agressão contra Taiwan teria um grande impacto em toda a região do Indo-Pacífico.
A delegação japonesa que se deslocou a Taipé é liderada por Keiji Furuya, um político conservador que lidera o grupo parlamentar Japão – Taiwan.
Furuya criticou os exercícios militares da China num discurso proferido antes de reunir com Tsai.
“As ações da China são inaceitáveis para os japoneses e taiwaneses que partilham os valores da democracia, Estado de direito e de respeito pelos Direitos Humanos. Nós opomo-nos a este tipo de ameaça por parte da China”, disse.
Furuya argumentou que o “mais importante” é que Taiwan coopere com a comunidade internacional, sobretudo o Japão e os EUA, para “suprimir completamente as tentativas da China de mudar o status quo”.
Na segunda-feira, Tsai reuniu com o governador do Estado norte-americano de Indiana, que foi a Taipé discutir oportunidades de negócio e de cooperação académica com instituições taiwanesas na área dos semicondutores, indústria que Taiwan domina globalmente.