O Conselho de Segurança da ONU agendou para quarta-feira, 16 de Agosto, uma reunião de emergência, a pedido da Arménia, sobre a “crise e deterioração da situação humanitária” em Nagorno-Karabakh, enclave arménio bloqueado pelo Azerbaijão há oito meses.
No sábado, numa carta dirigida ao Conselho de Segurança, o representante permanente da Arménia junto das Nações Unidas, Mher Margaryan, tinha pedido a marcação da reunião.
No documento, Margaryan alertava para uma “grave escassez” de alimentos, medicamentos e combustível em Nagorno-Karabakh, região com cerca de 120 mil pessoas, a maioria dos quais arménios.
O corredor de Latine, a única ligação terrestre entre a Arménia e o enclave, está bloqueado desde dezembro, primeiro por alegados manifestantes ambientalistas azeris e depois pelas autoridades do Azerbaijão, que justificaram a decisão com razões de segurança.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Azerbaijão acusou a Arménia de violar a sua integridade territorial e soberania e de enviar armamento para Nagorno-Karabakh, enclave disputado há décadas entre Baku e Erevan.
Na carta enviada ao Conselho de Segurança, Mher Margaryan alertou para as consequências dos cortes no fornecimento de eletricidade e gás na região.
“Esta situação conduziu a um aumento da mortalidade devido a um certo número de doenças”, nomeadamente para os habitantes que sofrem de diabetes e de doenças cardiovasculares, referiu.
Segundo o alto representante da Arménia, “a população de Nagorno-Karabakh está agora à beira de uma verdadeira catástrofe humanitária”.
Margaryan acusou ainda o Azerbaijão de “criar deliberadamente condições de vida insuportáveis para a população” do enclave, o que considerou ser um “ato de atrocidade em massa” destinado a obrigar os habitantes a abandonar as casas.
Na semana passada, um antigo procurador-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI) disse que o Azerbaijão está a preparar o genocídio dos arménios em Nagorno-Karabakh e pediu que o Conselho de Segurança leve o assunto ao TPI.