A antiga Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse na segunda-feira que o sistema de Justiça está a funcionar, após o ex-Presidente Donald Trump ter sido indiciado por tentar interferir nas eleições de 2020.
“A única satisfação pode ser o facto de o sistema [de Justiça] estar a funcionar”, acrescentou.
Já os dois principais democratas no Congresso – o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, e o líder da minoria na Câmara dos representantes, Hakeem Jeffries – disseram, numa declaração conjunta, que o quarto caso contra Trump, “tal como os três anteriores, retrata um padrão repetido de atividade criminosa” por parte do antigo chefe de Estado.
Schumer e Jeffries continuaram a exortar “Trump, os seus apoiantes e os seus críticos a permitirem que o processo legal prossiga sem interferência externa”.
Donald Trump foi indiciado na Geórgia, na segunda-feira (14), por conspiração para reverter ilegalmente a derrota nas eleições de 2020 naquele Estado norte-americano. Este é o quarto processo criminal contra o antigo Presidente e o segundo em que é acusado de tentar subverter os resultados da votação. A acusação de Trump pelo grande júri do condado de Fulton resulta de uma investigação de dois anos iniciada após um telefonema, de janeiro de 2021, em que o então Presidente sugeriu que o secretário de Estado republicano da Geórgia poderia ajudá-lo a “encontrar 11.780 votos” necessários para reverter a derrota para o democrata Joe Biden.
Outros 18 arguidos indiciados no mesmo processo incluem o ex-chefe de gabinete da Casa Branca Mark Meadows, o advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, e um funcionário do Departamento de Justiça da administração Trump, Jeffrey Clark.
Trump foi anteriormente acusado, no início de agosto, por um grande júri federal, de conspirar para minar a votação de 2020 e impedir a transferência pacífica de poder através de uma série de mentiras e ações ilegais tomadas após as eleições gerais e que levaram ao violento motim dos seus apoiantes no Capitólio dos EUA, a 06 de janeiro de 2021.
Trump – o principal candidato republicano à presidência em 2024 – continua a fazer campanha e a usar as sucessivas acusações para angariar fundos, apresentando-se como vítima de procuradores democratas.