Treze migrantes africanos foram condenados esta quarta-feira pela justiça marroquina a dois anos e meio de prisão, pela tentativa de forçar a entrada, em julho, no enclave espanhol de Melilla, adiantou o advogado dos condenados.
Os 13 migrantes, que pretendem recorrer da sentença, compareceram no tribunal criminal de Nador, cidade marroquina na fronteira com o enclave espanhol de Melilla.
Em 24 de junho, cerca de 2.000 migrantes ilegais, a maioria do Sudão, tentaram forçar a entrada na cidade espanhola de Melilla, localizada em território marroquino. A tragédia matou 23 migrantes, segundo as autoridades marroquinas – 27, segundo a Associação Marroquina dos Direitos Humanos (AMDH) – e provocou forte indignação em Marrocos e no estrangeiro.
Em 04 de agosto, 14 migrantes irregulares já tinham sido condenados pelo mesmo tribunal de Nador a oito meses de prisão por “associação a uma organização criminosa de imigração ilegal” em Marrocos. Outros 33 migrantes de origem subsaariana foram condenados em 19 de julho a 11 meses de prisão por “entrada ilegal” em Marrocos.
Situado no extremo noroeste de África, Marrocos é um país de trânsito para muitos migrantes que procuram chegar à Europa a partir das costas atlânticas ou mediterrânicas, ou atravessando as barreiras que separam Marrocos dos enclaves de Ceuta e Melilla. A ONG espanhola Caminando Fronteiras relatou esta terça-feira a morte de pelo menos 18 pessoas após o naufrágio de um barco em Tarfaya, no sul de Marrocos, enquanto tentava chegar às Ilhas Canárias, dados que não foram confirmados pelas autoridades marroquinas.