O Primeiro-Ministro são-tomense negou hoje, 07 de Novembro, qualquer envolvimento no assalto ao quartel-general das Forças Armadas, ocorrido em 25 de Novembro, acusando os opositores de criarem “uma cortina de fumo”, e disse aguardar “tranquilamente” o resultado das investigações.
“Não sei como um governo com maioria absoluta, 11 dias depois da tomada de posse, com todos os responsáveis dos serviços das forças de defesa e segurança nomeados pelo anterior governo, procura fazer um golpe de Estado contra si próprio, não sei com que objectivos”, afirmou.
O chefe do Governo respondia assim a acusações de opositores de que terá estado por detrás dos acontecimentos de 25 de novembro, em que morreram quatro pessoas, classificado pelas autoridades são-tomenses como “uma tentativa de golpe de Estado” e condenado pela comunidade internacional.
Patrice Trovoada recordou que assumiu o cargo em 11 de novembro e o seu Governo iniciou funções três dias depois, “com uma situação económica e financeira catastrófica, mas com um apoio popular muito confortável, e com boas disposições da comunidade internacional”.
“O nosso objetivo fundamental é construir um país melhor para os são-tomenses, mas sobretudo os mais necessitados. Qual é o meu problema em me envolver nesse cenário macabro… enfim, como é que eu podia…? Não sei, sinceramente. Não consigo interpretar o que está por detrás dessas difamações”, comentou.
As acusações, disse, são “uma cortina de fumo, que não serve os protagonistas da cortina de fumo”.
Patrice Trovoada recordou que, horas depois dos acontecimentos, o seu Governo pediu apoio na investigação a Portugal, que enviou elementos da Polícia Judiciária e do Instituto de Medicina Legal, bem como às Nações Unidas e à Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC).