O Presidente da Ucrânia disse hoje ter recebido “alguns sinais” da Rússia, nas negociações entre representantes dos dois países, mas ainda não o resultado pretendido.
“A Rússia expressou as suas exigências e nós as nossas exigências para acabar com a guerra. Recebemos alguns sinais. Quando a delegação retornar a Kiev, analisaremos o que ouvimos e depois decidiremos como passar para a segunda ronda”, disse Volodymyr Zelensky.
O chefe de Estado ucraniano sublinhou que, apesar do apelo de Kiev para um cessar-fogo imediato, as hostilidades na Ucrânia não cessaram, enquanto os negociadores se encontravam na fronteira ucraniana-bielorrussa.
“Acho que a Rússia quer pressionar com esse método pouco astuto, mas não vale a pena perder tempo, essa tática não funciona connosco”, avisou.
As delegações ucraniana e russa terminaram na segunda-feira as primeiras conversações, realizadas na Bielorrússia, e admitiram um novo encontro “em breve”.
“As partes estabeleceram uma série de prioridades e questões que requerem determinadas decisões” antes de uma segunda ronda de conversações, disse um dos negociadores ucranianos Mikhail Podoliak. Do lado russo, Vladimir Medinsky disse que o novo encontro terá lugar “em breve” na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia. As duas partes chegaram a acordo para este encontro na Bielorrússia por mediação do Presidente deste país vizinho e aliado de Moscovo, Alexander Lukashenko.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário. O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.