O navio ‘Ocean Viking’, da organização francesa SOS Mediterrâneo, resgatou hoje, 16 de Dezembro, 114 migrantes que estavam a bordo de um barco insuflável em águas internacionais junto à costa da Líbia, divulgou a estrutura humanitária nas redes sociais. O navio humanitário realizou o resgate “depois de uma noite inteira à procura” dos migrantes, já que a organização teve a indicação de que havia muitas mulheres e crianças pequenas a bordo da embarcação, incluindo um bebé de 11 dias.
Malta continua a recusar receber os migrantes resgatados pelas organizações não-governamentais (ONG), pelo que a Itália continua a ser o único país da rota migratória do Mediterrâneo Central (uma das mais mortais, que sai da Líbia, Argélia e da Tunísia em direção aos territórios italiano e maltês) que está a lidar com as chegadas destas pessoas.
O Primeiro-Ministro italiano, Mário Draghi, afirmou na quarta-feira que vai levar a questão da migração ao Conselho Europeu, a decorrer hoje em Bruxelas, “com absoluta determinação” face “ao elevado número de chegadas registadas nos últimos meses”. Draghi sublinhou ainda que, em Itália, “os desembarques mensais nunca estiveram abaixo dos 6.900 por mês desde julho e que atingiram um máximo de mais de 10.000 em agosto”
Segundo o primeiro-ministro italiano, “até 14 de dezembro, 63.062 pessoas chegaram à costa do país”, número que comparou com os “11.097 em 2019 e 32.919 em 2020”. “Com a introdução de restrições por causa da pandemia (de covid-19), as redistribuições esporádicas entre os países europeus de imigrantes desembarcados em Itália cessaram”, pelo que “continuamos a apelar a uma gestão partilhada, solidária, humana e segura”, referiu o governante.
“A promoção de corredores humanitários a partir de países terceiros para os Estados-membros da União Europeia” é essencial, segundo Draghi. “A Itália não pode aplicá-los sozinha: é preciso um compromisso europeu claro”, defendeu. E concluiu: “Temos de fortalecer os canais de migração legal, porque isso representa um ativo, não uma ameaça à nossa sociedade”.