
A Ministra de Estado para a Área Social, Maria do Rosário Bragança, defendeu, esta quarta-feira, em Doha, a implementação de acções concretas e transformadoras que coloquem as pessoas e a dignidade humana no centro das políticas de desenvolvimento.
Ao intervir no debate geral da Segunda Cimeira Mundial para o Desenvolvimento Social, a governante destacou o Programa KWENDA como um dos principais pilares da política de protecção social de base em Angola, que já abrange mais de 1,7 milhões de famílias vulneráveis.
O programa combina transferências monetárias, um cadastro social único, inclusão produtiva e municipalização da acção social.
Segundo Maria do Rosário Bragança, “em várias comunidades rurais, famílias utilizaram este apoio para criar cooperativas agrícolas e pequenos empreendimentos locais, demonstrando que a protecção social pode gerar autonomia e rendimento”.
A ministra referiu igualmente o Projecto de Transformação da Agro-Pecuária Familiar (MOSAP III), financiado em cerca de 300 milhões de dólares, em execução desde 2023, que beneficiará 200 mil agricultores e visa aumentar a produtividade, a resiliência climática e o rendimento rural.
Outro destaque foi o Programa Jovens e Oportunidades de Bons Empregos, financiado pelo Fundo Nacional de Emprego, que promove a criação de empregos dignos, a formalização da economia e o empreendedorismo juvenil.
“Investir na juventude é investir na paz e na estabilidade”, afirmou a ministra.
No quarto pilar da sua intervenção, Maria do Rosário Bragança realçou o Plano Nacional de Desenvolvimento do Capital Humano 2023–2037, que aposta na formação técnica e científica para preparar os jovens para a economia digital e os desafios da quarta revolução industrial.
A ministra recordou ainda que, em Julho de 2025, Angola apresentou o Segundo Relatório Nacional Voluntário sobre a Agenda 2030, que evidenciou progressos na protecção social, educação, igualdade de género e emprego digno, reforçando o compromisso com uma governação social inclusiva.
Enfatizou também a importância da plena implementação do Compromisso de Sevilha, adoptado na IV Conferência Internacional sobre o Financiamento para o Desenvolvimento, como via para fortalecer o financiamento previsível e inovador dos pilares sociais das Agendas 2030 e 2063.
Ao encerrar a sua intervenção, Maria do Rosário Bragança destacou que, na antecâmara das comemorações dos 50 anos da Independência Nacional, Angola reafirma a sua visão de um futuro inclusivo, resiliente, sustentável e justo, onde a dignidade de cada cidadão é respeitada.