Sebastien Lecornu, um político de direita leal ao presidente francês Emmanuel Macron, vai substituir o atual chefe do Governo, François Bayrou, que perdeu na segunda-feira a moção de confiança e fica agora a gerir os assuntos correntes até ser substituído.
O próximo primeiro-ministro enfrentará a tarefa de unir o parlamento para aprovar o orçamento do próximo ano, com a França sob pressão para reduzir um défice que é quase o dobro do teto de 3% da União Europeia e uma dívida equivalente a 114% do PIB.
Prevêem-se protestos em massa nas ruas, com 80 mil elementos das forças de segurança de prontidão por todo o país.
Lecornu, o leal
Macron confiou a Lecornu a tarefa de “construir os acordos necessários para as decisões dos próximos meses”, anunciou o Eliseu.
“Sébastien Lecornu foi instruído a consultar as forças políticas representadas no Parlamento com o objetivo de adotar um orçamento para a nação e construir os acordos necessários para as decisões dos próximos meses”, disse a Presidência. “Após essas discussões, será que a nova primeira-ministra proporá um governo ao presidente da República”, acrescentou.
Lecornu torna-se o sétimo primeiro-ministro de Emmanuel Macron e o quinto desde 2022. De acordo com a cadeia francesa RFI, este feito nunca foi observado.
A Quinta República é conhecida por ter conseguido garantir estabilidade política. No entanto, mergulhou numa crise sem precedentes desde a dissolução da Assembleia Nacional em junho de 2024.
Aos 39 anos, o ex-senador normando tornou-se inabalável para o Governo desde 2017. Desenvolveu um portfólio ultra-sensível em tempo de guerra na Ucrânia, e estabeleceu-se como um leal e íntimo do Chefe de Estado, Macron.
Com esta nomeação, Macron afasta a realização de novas eleições, como pretendia parte da oposição, nomeadamente a União Nacional (extrema-direita) e a França Insubmissa (LFI).
Segundo o Eliseu, após as discussões com as forças parlamentares, “caberá ao novo primeiro-ministro propor um Governo ao Presidente da República”.
“A ação do primeiro-ministro será pautada pela defesa da nossa independência e do nosso poder, pelo serviço ao povo francês e pela estabilidade política e institucional para a unidade do país”, refere a nota da presidência francesa.
Macron diz que “está convicto de que, com base nestas princípios, é possível um acordo entre as forças políticas, respeitando as convicções de cada uma”.