Um incidente com um `drone` (veículo aéreo não tripulado) maliano desencadeou uma escalada de tensões com a Aliança dos Estados do Sahel (AES).
“Devido às repetidas violações do nosso espaço aéreo pelo Estado maliano, o Governo argelino decidiu fechá-lo ao tráfego aéreo proveniente ou destinado [aquele país], a partir de hoje, 07 de abril de 2025”, disse o ministério, sem dar mais detalhes.
A Argélia convocou hoje os seus embaixadores no Mali e no Níger e adiou a tomada de posse do embaixador do Burkina Faso, depois de a AES, que inclui estes três países, ter chamado domingo à noite os seus representantes diplomáticos em Argel para consultas.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros argelino “lamenta o alinhamento irrefletido do Níger e do Burkina Faso com as teses falaciosas do Mali”.
As “acusações graves”, vindas de Bamako, “apenas escondem de forma imperfeita a procura de saídas e desvios para o fracasso manifesto [de] um projecto golpista, que aprisionou o Mali numa espiral de insegurança, instabilidade, desolação e miséria”, realçou Argel.
O Ministério da Defesa argelino anunciou, a 01 de abril, que tinha abatido “por volta da meia-noite, perto da cidade fronteiriça de Tin-Zaouatine, um `drone` de reconhecimento armado que tinha penetrado no seu espaço aéreo”, mas não especificou a sua origem.
No mesmo dia, o Exército do Mali informou que o `drone` tinha explodido e que tinha caído numa zona desabitada do território maliano, não causando “danos a pessoas ou bens” e salientou que os protocolos de segurança “impediram que as armas a bordo explodissem”.
O incidente ocorreu na noite de 31 de março para 01 de abril em Tin Zaouatène, na região de Kidal, no norte do país, quando um `drone` pertencente às Forças Armadas do Mali foi abatido, explicou a aliança, em comunicado.
Os chefes de Estado da AES descreveram o incidente como “uma agressão contra todos os Estados-membros”, “hostil” e prejudicial para a luta regional contra o terrorismo.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros argelino rejeitou as acusações do Governo de transição do Mali que associam a Argélia “a actos de terrorismo” e qualificou estas declarações como “graves e infundadas”.