O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan acusou a China de tentar “moldar” as eleições de 2024, após Pequim ter lançado exercícios militares em torno da ilha, mas sublinhou que a decisão eleitoral passa apenas pelos seus cidadãos. “AChina deixou claro que quer influenciar as próximas eleições nacionais em Taiwan”, afirmou Joseph Wu na rede social X (antigo Twitter), acrescentando: “Cabe aos nossos cidadãos decidir, não ao nosso vizinho tirânico”.
No sábado, a China lançou “patrulhas conjuntas aéreas e marítimas e exercícios militares da marinha e da força aérea em torno da ilha de Taiwan”, segundo a agência oficial Nova China.
Durante a tarde, o exército taiwanês afirmou ter detetado 42 aviões militares chineses a fazer incursões na zona de defesa aérea (Adiz) da ilha, e que oito navios chineses estavam também a participar nos exercícios.
Joseph Wu condenou os exercícios militares chineses, afirmando que Pequim tinha utilizado “vários discursos de intimidação e notícias falsas para intervir abertamente e interferir no processo eleitoral democrático” do país.
“O Ministério dos Negócios Estrangeiros condena da forma mais veemente possível os esforços brutais do governo autoritário chinês para interferir nas eleições”, declarou.
No último ano, Pequim intensificou a pressão política e militar contra Taiwan, nomeadamente através da presença regular de aviões e navios militares em torno da ilha. Os exercícios militares de sábado são vistos como uma resposta às escalas do vice-presidente taiwanês William Lai nos Estados Unidos durante a sua viagem ao Paraguai.
William Lai é também visto como um dos principais candidatos às eleições presidenciais que se realizarão em Taiwan em janeiro de 2024, tendo sido o escolhido pelo Partido Democrático Progressista, atualmente no poder no país, como candidato a suceder a Tsai Ing-wen nas eleições marcadas para 2024.