O presidente sul-coreano anunciou esta terça-feira a implementação da lei marcial. Yoon Suk Yeol acusa o principal partido da oposição no país de simpatizar com o regime da Coreia do Norte e de levar a cabo acções contra o Estado.
“Para salvaguardar uma Coreia do Sul liberal das ameaças colocadas pelas forças comunistas da Coreia do Norte e eliminar elementos contra o Estado, declaro a lei marcial de emergência”, anunciou o chefe de Estado sul-coreano, em declaração ao país transmitida pelas televisões.
Todas as actividades parlamentares foram suspensas e há relatos de helicópteros no telhado do parlamento.
O líder da oposição considera a lei marcial “ilegal” e pediu à população para se concentrar em frente à assembleia. Há já relatos de confrontos entre a polícia e manifestantes em frente ao Parlamento.
Yoon não disse qual era a ameaça específica da parte da Coreia do Norte, mas teceu duras críticas aos seus adversários políticos internos, que não aprovou a proposta de orçamento para o país.
“Sem preocupação com a subsistência do povo, o partido da oposição paralisou o governo, para efeitos de impeachments, investigações especiais e para proteger o seu líder de processos legais”, acusou Yoon Suk Yeol.
“A nossa Assembleia Nacional tornou-se um refúgio de criminosos, um covil de ditadura legislativa que procura paralisar os sistemas administrativos e judiciais e derrubar a nossa ordem democrática liberal”, disse ainda Yoon.
A última vez que a lei marcial foi declarada na Coreia do Sul foi em 1979, após o assassinato do então ditador Park Chung Hee.
O anúncio do presidente sul-coreano surge numa altura em que o Partido do Poder Popular, de Yoon, continua a debater-se com o principal partido da oposição, o Partido Democrático, sobre o orçamento proposto para o próximo ano.
Os deputados da oposição aprovaram um programa orçamental significativamente reduzido na semana passada através de uma comissão.
O presidente sul-coreano acusa a oposição de cortar “todos os orçamentos essenciais às funções primárias da nação que são a luta contra os crimes relacionados com a droga e a manutenção da segurança pública (…) transformando o país num paraíso da droga e um lugar de caos para a segurança pública”.
Yoon passou a caracterizar a oposição, que detém a maioria no Parlamento, como “forças hostis ao Estado que pretendem derrubar o regime”. Assegurou que a sua decisão era “inevitável”.
“Restaurarei a normalidade no país, livrando-me destas forças anti-Estado o mais rapidamente possível”, acrescentou o presidente sul-coreano.