A província do Huambo e o país em geral continuam a chorar a morte do renomado músico Justino Handanga, falecido na passada segunda-feira(18). Um artista que, pela sua notoriedade no mercado angolano, dispensa apresentação, é detentor de um repertório musical fruto da sua capacidade criativa em compor suas letras, cantar e harmonizá-las a um ritmo dançante que fazia levantar até quem não tinha habilidades para tal. Versátil nas suas habilidades, mas foi no estilo folclórico onde mais se notabilizou, e por conta disso, é considerado por muitos especialistas como o revolucionário da música da região do planalto central, por abordar as dificuldades, os anseios, aspirações e conquistas do povo da mesma região e do país em geral.
Por esta via, arrastava milhares de fãs, entre jovens e adultos, que viam nas suas obras o retrato das suas vivências e uma das formas mais eficazes de educação, defesa e preservação dos seus valores culturais. Um músico que, num passado recente, abordou numa música, em homenagem a Valentim Amões, as mortes das pessoas de boas obras, tratando-as de partidas prematuras e com repercussões sérias para a sociedade. Não restam dúvidas de que hoje ele se torna num digno homenageado da música de sua própria autoria, porquanto, para além das suas qualidades humanas, foi um servidor fiel da pátria como um verdadeiro moralizador, enquanto músico, devido à qualidade inquestionável das suas obras musicais cantadas em língua portuguesa e umbundu.
“Ndatekela vokuiaka”, “Olonambã”, “Ndumbalundu”, “Missão yondomdi”, “Paulina”, “Ndikalume”, são algumas das suas músicas que fazem ressuscitar, na memória dos fãs, a figura do artista de elevada qualidade sem igual.
Diante desta realidade, uma pergunta que não se cala é: qual é a dimensão artística de Justino Handanga, cuja popularidade, demonstrada em vida e muito mais desde a sua morte, ultrapassa as fronteiras nacionais?
Qual é o verdadeiro significado contido nas mensagens das suas músicas, quando analisadas no contexto cultural, social e político, particularmente para os falantes da língua Umbundo? O jornalista Isaac Bonga entrevistou especialistas de diversas áreas de conhecimento para compreender o assunto, que, numa análise técnica e científica, apresentam os fundamentos das respostas para estas questões. Clique no áudio e ouça: