Este é o segundo rapto em massa no país da África Ocidental em menos de uma semana.
Os raptos de estudantes de escolas no norte da Nigéria são comuns e tornaram-se uma fonte de preocupação desde 2014, quando extremistas islâmicos raptaram mais de 200 raparigas na aldeia de Chibok, no estado de Borno. Nos últimos anos, os raptos têm-se concentrado nas regiões noroeste e central, onde dezenas de grupos armados raptam frequentemente aldeões e viajantes para pedir avultados resgates.
População local disse hoje à agência de notícias”Associated Press” que os assaltantes cercaram a escola pública na cidade de Kuriga, no Estado de Kaduna, numa altura em que estudantes estavam prestes a começar o dia de aulas, por volta das 08:00.
As autoridades tinham dito anteriormente que mais de 100 estudantes foram feitos reféns no ataque. No entanto, Sani Abdullahi, o diretor da escola, disse ao governador de Kaduna, Uba Sani, quando este visitou a cidade, que o número total de desaparecidos após uma contagem de pessoas era de 287.
“Vamos garantir que todas as crianças regressem. Estamos a trabalhar com as agências de segurança”, disse o governador à população da localidade, situada a 89 quilómetros da capital.
Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo ataque de hoje, embora a culpa tenha recaído sobre grupos armados.
O ataque ocorreu dias depois de mais de 200 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, terem sido raptadas por extremistas no nordeste da Nigéria.
As mulheres, as crianças e os estudantes são frequentemente visados nos raptos em massa na região setentrional afetada pelo conflito e muitas das vítimas só são libertadas depois de serem pagos resgates.
Segundo os observadores, os dois ataques recordam o agravamento da crise de segurança na Nigéria, que causou a morte de várias centenas de pessoas em 2023.
Bola Tinubu foi eleito Presidente da Nigéria no ano passado depois de prometer acabar com a violência. Mas ainda não houve “nenhuma melhoria tangível na situação de segurança” durante o mandato de Tinubu, segundo o investigador e especialista em segurança Oluwole Ojewale.