O Ministério das Comunicações, Telecomunicações e Economia Digital indicou na terça-feira que “foi requerido aos operadores de telecomunicações que implementem a medida”, avançou a agência de notícias estatal senegalesa APS.
O ministério tinha cortado o acesso à Internet móvel no domingo, “devido à disseminação de mensagens de ódio e subversivas num contexto de perturbação da ordem pública em algumas localidades do território nacional”.
A suspensão foi confirmada pela operadora de telecomunicações Orange, na rede social Twitter.
O portal Netblocks também noticiou a interrupção do serviço neste país vizinho da Guiné-Bissau, e a agência espanhola Efe pôde verificar, em Dacar, as dificuldades no envio de mensagens através da aplicação de mensagens WhatApp.
As autoridades senegalesas impuseram esta medida depois de já na quinta-feira terem restringido o acesso às redes sociais (como Twitter e Facebook), algo criticado por organizações como a Amnistia Internacional e a Repórteres sem Fronteiras, que considera que o trabalho dos jornalistas no Senegal está gravemente perturbado.
Horas antes do anúncio, a Sinergia das Organizações da Sociedade Civil para a Paz (SOS/Paix), que reúne cerca de 20 associações, tinha pedido às autoridades senegalesas o restabelecimento do acesso à Internet móvel.
A condenação de Sonko a dois anos de prisão efetiva, em 1 de junho, desencadeou manifestações e confrontos com as forças de segurança senegalesas, nos quais já morreram 16 pessoas.
“O serviço será retomado logo que as condições materiais e de segurança o permitam. No entanto, o ministério lamenta o incómodo que este encerramento temporário possa causar aos utentes“, continua o comunicado.