Tudo na vida tem um princípio e um fim. Na natureza humana, o homem nasce, cresce e morre, deixando lembranças inigualáveis, uns pelo silêncio a que se propõe viver, outros pelo negativismo nas suas acções enquanto parte social, outros ainda, pelo dinamismo, simpatia, alegria, pura amizade e bom desempenho profissional. Neste último quadro descritivo insere-se a nossa querida colega, amiga, irmã e filha Victória da Graça, que sexta-feira última, 17 de Fevereiro, foi a enterrar no cemitério Municipal de Malange, terra que a viu nascer e onde decidiu dar continuidade a sua carreira profissional, depois dum brutal convívio profissional após entrada para os quadros da Rádio Nacional de Angola, aqui em Luanda.
Infelizmente, um ataque de miocárdio, sábado, 13 do corrente traiu-nos, levando-te a outra dimensão da vida, a morte. Este não foi o que combinamos. Violastes o nosso acordo que era de te manteres dura e firme para a conclusão de tudo a que nos propusemos fazer, dentro das orientações dos nossos progenitores, juntando-se a elas, as brilhantes iniciativas individuais, levando a alegria e o aprendizado a todos quanto se propuseram acompanhar os produtos finais da rádio: emissão de programas e reportagens de exteriores, na nova forma de fazer rádio. Ai, soubestes horar com brilho profissional o seu nome e desta casa de rádio, ao conquistares milhares de ouvintes dos mais variados extratos sociais. Malanje, esteve em pânico desde as primeiras horas do anúncio da tua morte ao dia do teu funeral. Sentimos a preocupação e engajamento das autoridades políticas, militares, policiais e da sociedade civil chocada profundamente com a sua morte. Fostes honrada como se da mais alta entidade se tratasse. Ai percebemos a dimensão da sua pessoa e nome em Malanje. Vários são os apelidos atribuídos por cada grupo a que te relacionastes: VG, VICk, DG, Comandante Vick, etc. Os elogios fúnebres foram bem o espelho da sua vivência positiva após 13 anos de retorno á sua terra natal, Malanje.
Mas, entre nós, em Luanda, o combinado foi, segundo a tua vontade, partirmos em caravana para assistirmos e testemunharmos o teu casamento. Fizemos a caravana, mas, não com este propósito. O que não sabíamos, é que a mesma seria para a sua despedida. Fizemo-la com muita tristeza, lágrimas e lamentações ao contrário do ambiente propício para umas boas passadas, como bem sabias fazer.
Enfim, assim Deus quis e cada um de nós a seu tempo e em vários espaços lembrará de ti, nossa Victória de todas as Graças, nossa Vick, nossa VG, nossa Comandante. Quero muito dizer, mas, as lágrimas encobrem os meus olhos e caem sobre o teclado. Só lágrimas… só lágrimas, nossa Victória. Conquistastes Malanje e Angola, demonstrando a tua força guerreira. Vencestes e tivestes bons combates. Este último, não o considerado como derrota, porque, tudo que fizestes fica para a eternidade.
Resta-nos dizer: “OBRIGADO PELO CARINHO DA TUA AMIZADE, VICTÓRIA DA GRAÇA”.