Isálcio Mahanjane, advogado de Ndambi Guebuza, filho do ex-Presidente moçambicano Armando Guebuza, e de outros três arguidos.
“Vamos recorrer”, referiu, à margem de um intervalo na leitura da sentença, em Maputo. “Não concordo, porque há uma disparidade entre os factos apurados nos autos e, sobretudo, no julgamento” e “um problema de conformidade deles com a lei”, acrescentou.
Ou seja, “por aquilo que se produziu e foi a acusação, os meus constituintes não têm nada a ver com isto que se disse”, disse o advogado de Ndambi Guebuza, António Carlos do Rosário, ex-director da inteligência económica nos serviços secretos moçambicanos (SISE), Inês Moiane, secretária particular do antigo Presidente Guebuza e seu sobrinho Elias Moiane.
O julgamento e as condenações são “uma campanha de perseguição política”, referiu, dizendo que a ação “visa o pai do Ndambi”, o ex-Presidente Guebuza.
“Eu não tenho dúvida: o plano é mesmo o presidente Guebuza, não é outra coisa”, sublinhou. Os clientes de Isálcio Mahanjane tiveram sortes diferentes no maior caso de corrupção em Moçambique.
Ndambi Guebuza e António Carlos do Rosário foram condenados, cada um, a 12 anos de prisão e a indemnizar o Estado, de forma solidária, no valor das dívidas ocultas, mais prejuízos (2,6 mil milhões de euros) juntamente com Gregório Leão, antigo diretor-geral do SISE. Inês Moiane foi condenada a 11 anos de prisão e o sobrinho foi absolvido.
O sétimo dia de leitura da sentença observou uma pausa para almoço, decorrendo esta tarde a leitura da decisão sobre o pedido do Ministério Público para arresto de bens dos arguidos.