Quase 3 milhões de crianças no Paquistão podem perder pelo menos um semestre de aulas devido aos danos provocados pelas inundações nas escolas, causadas por dilúvios sem precedentes no país, avançaram quinta-feira, 29 de Setembro, as autoridades.
Fortes chuvas de monção, provavelmente agravadas pelas mudanças climáticas, afetam, desde junho, mais de 33 milhões de pessoas, inundando milhares de hectares de terra e devastando várias infraestruturas, incluindo escolas.
As autoridades locais e a UNICEF (Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância) criaram centros de aprendizagem temporários nas áreas atingidas pelas inundações para permitir que as crianças continuem a estudar, mas admitem que essas medidas não são suficientes, dada a escala da destruição.
Na província de Sindh, no sul, a área mais atingida do Paquistão, as inundações danificaram cerca de 15.000 escolas, onde 2,4 milhões de crianças estavam matriculadas, referiu o departamento de educação local.
A situação pode levar a que pelo menos 2,8 milhões de crianças em todo o país possam perder o primeiro semestre de aulas, de acordo com as estimativas da Comissão de Planeamento e da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres. Segundo adiantou hoje, 30 de Setembro, o Ministro paquistanês do Planeamento, Ahsan Iqbal, na sequência de uma visita ao Centro Nacional de Coordenação e Resposta a Inundações, os dilúvios já causaram tanta destruição que o trabalho de socorro e reabilitação deverá continuar a decorrer durante pelo menos dois anos.
As inundações mataram 1.666 pessoas e danificaram 643 escolas no Baluchistão, 109 em Punjab e 287 nas províncias de Khyber Pakhtunkhwa. A maioria das pessoas mortas ou afetadas pelo desastre são mulheres e crianças, de acordo com dados divulgados na quarta-feira pela Autoridade Nacional de Gestão de Desastres.