O líder do Ciudadanos por la Innovatión (CI), Gabriel Nsé Obiang, foi detido na quinta-feira, 29 de Setembro, após um ataque por parte de agentes da polícia à sede do partido político da Guiné Equatorial, ilegalizado em 2018.
Nsé Obiang foi detido juntamente com apoiantes do CI, tendo sido transferidos para as instalações da Brigada da Polícia Judiciária na capital, Malabo.
Nsé Obiang foi preso por se recusar a comparecer numa reunião com o Ministério Público a 21 de setembro “para apurar fatos que, se verificados, poderiam constituir crimes graves”, segundo a TVGE. Segundo Nsé, O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang quer a sua eliminação política e física no meu país”, alegou Nsé Obiang, na rede social Twitter a 20 de Setembro. “sabe que desta vez quero apresentar a minha candidatura à presidência da Guiné Equatorial, vencendo-o nas urnas e, para o evitar, ordenou aos seus procuradores políticos que façam uma falsa acusação contra mim”, acrescentou o dirigente.
Teodoro Obiang vai candidatar-se pelo Partido Democrático da Guiné Equatorial a um novo mandato nas eleições presidenciais, antecipadas para 20 Novembro.
Na quarta-feira, Nsé Obiang tinha dito à agência de notícias Efe que mais de 200 pessoas, incluindo familiares menores de militantes do partido, continuavam presos na sede devido ao cerco policial.
Os militantes viajaram com as suas famílias de diferentes partes do país para Malabo, onde o CI se reuniu para escolher os candidatos às eleições presidenciais, parlamentares e municipais de 20 de Novembro.
Andrés Esono Ondo, líder da Convergência para a Democracia Social na Guiné Equatorial (CPDS, o único partido da oposição, legalizado no país), condenou hoje o ataque, numa publicação no Twitter.
Esono exigiu que o governo da Guiné-Equatorial “torne público os feridos e investigue, com a ajuda de especialistas internacionais, as circunstâncias da morte do agente da polícia, de onde foi disparada a arma, que tipo de arma foi utilizada e quem disparou”.
O CI foi banido por uma decisão judicial em 2018, após um julgamento em que quase 40 pessoas acusadas de organizar um golpe de Estado foram condenadas a mais de 20 anos de prisão.