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PCA da TAAG desmente venda da companhia

todayAgosto 29, 2022 1446 3

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A Presidente do Conselho de Administração da TAAG, Ana Major, desmentiu, este domingo, informações sobre a venda da empresa.

Respondendo a questionamentos sobre o futuro da companhia angolana de bandeira, Ana Major transmitiu aos funcionários e colaboradores uma mensagem de serenidade e de confiança.

Leia na integra a comunicação chegada à ANGOP via mail:

A TAAG foi vendida a um grupo espanhol?

Ana Major (AM) – Não. A TAAG é uma entidade SA (Sociedade Anónima) cuja estrutura accionista é composta pelo IGAPE 50%, ENNA 40% e Fundo Social dos Funcionários e Trabalhadores do Sector dos Transportes com 10%. Apesar de ser do domínio público a intenção do executivo de Angola, a privatização da TAAG dentro de um lote de outras companhias a serem privatizadas, a concretização deste processo dependerá de várias condicionantes do contexto de mercado (volatilidade global no pós-pandemia) e do que nos cabe a todos fazer no sentido da valorização da companhia e dos seus activos. O processo de transformação e reestruturação da TAAG em curso visa valorizar a empresa no médio e longo prazo, sendo prematuro falar da venda da TAAG.

A TAAG em Portugal vai fechar e a escala de Lisboa passa a adoptar o formato de GSA?

AM– A TAAG em Portugal não vai fechar, porém será mantido um núcleo mínimo e essencial de colaboradores TAAG na escala de Lisboa. A exemplo de outras escalas internacionais Espanha / Brasil / África do Sul, onde a TAAG já adoptou o modelo de agenciamento, também Lisboa irá adoptar o mesmo modelo em substituição de escritórios próprios, dando continuidade a sua operação no formato GSA (General Sales Agent) e com um mínimo de colaboradores. A escala de Lisboa será então gerida por uma entidade denominada Summerwind GSA. Estamos também a acautelar os direitos legais dos colaboradores e a tratar dos mesmos com a dignidade que merecem.

A empresa que irá actuar como GSA em Lisboa é de um familiar do PCE da TAAG?

AM-Não. É Importante realçar que “Soria” é um nome muito comum em Espanha. É como Silva, António ou Costa em Angola/Portugal. Não existe nenhuma ligação familiar entre o CEO da Summerwind, Federico Lledo Soria, e o nosso CEO da TAAG, Eduardo Fairen Soria.

Porquê é que se optou pela empresa Summerwind?

AM-A Summerwind possui mais de 25 anos de experiência nos domínios da representação de companhias aéreas e um registo de excelência quanto a qualidade de serviço e atendimento personalizado ao cliente, tendo merecido a confiança de mais de 15 companhias aéreas, enquanto clientes de diversos países do mundo incluindo na américa latina onde a TAAG antecipa crescer.

Porquê é que se optou pelo formato de SGA nas escalas internacionais?

AM– Ao analisarmos a estrutura de custos da TAAG foi diagnosticado que as escalas internacionais no modelo tradicional (escritório próprio + staff) eram bastante onerosas e pouco flexíveis para situações de crise (como a pandemia de Covid-19) ou a volatilidade do mercado, que é uma característica da fase pós-pandemia. Estudos mais recentes validaram igualmente que tendo em conta os custos e os benefícios a melhor opção é a adopção do modelo de representação através de um GSA. O modelo de GSA já foi aplicado com sucesso pela TAAG em outras geografias, nomeadamente no Brasil e África do Sul onde, a exemplo de Portugal, se mantém uma equipa mínima essencial da TAAG. O modelo GSA demonstra ser o formato mais eficiente, com maior economia de custos e mais ágil para lidar com volatilidade actual de mercados externos. A implementação deste modelo tem trazido resultados bastante positivos ao nível do desenvolvimento do negócio, entre os quais, maior volume de receitas, mais atractividade comercial nas escalas e mais eficiência no atendimento ao Cliente.

As decisões tomadas pela TAAG e com impacto ao nível do capital humano podem ser questionadas?

AM– Entendemos que é legitimo que os nossos colaboradores tenham preocupações quanto à estabilidade do seu emprego e quanto ao seu futuro dentro da empresa. Há um colaborador que um dia veio falar comigo e disse que estava disposto a pôr o seu lugar a disposição se isso contribuísse para garantir a sobrevivência da TAAG e para que os seus netos possam um dia conhecer o lugar que o fez homem. Esperamos não ser preciso tanto sacrifício. Mas, as decisões estratégicas que estão a ser tomadas pela Administração visam garantir a sustentabilidade da empresa e adequar as equipas e as competências ao tamanho da operação actual para que possamos crescer tendo em vista esse legado para as gerações vindouras. Em todas as matérias e sobretudo em temas relacionados com o capital humano, todas as diligências são feitas dentro da legislação em vigor em Angola e em qualquer outro país onde a TAAG tem operações. Entendemos agir de modo a não sermos questionados quanto à legalidade dos nossos actos de gestão. É para isso que dentro da sua estrutura orgânica a TAAG conta com o Jurídico, novo comité de Capital humano e está a implementar a nova área de Políticas corporativas e os sistemas de governança, controlo e compliance.

A TAAG é uma empresa entregue aos estrangeiros?

AM-Não. A TAAG é uma empresa com sede em Angola, e mais de 95% da sua força de trabalho é angolana. Importa, todavia, dizer, que a TAAG é igualmente uma empresa internacional com aspirações de crescimento à escala global e implantada em diversas geografias. Por outro lado, com o novo aeroporto à TAAG e com a implementação dos acordos de “Céus Abertos”, coloca-se um grande desafio de internacionalização e globalização para responder não apenas à privatização, mas também à competição agressiva que já se começa a fazer sentir. Como tal, aceitamos a diversidade e respeitamos todos os colaboradores expatriados e consultores que temporariamente trabalham e contribuem para a reerguer a TAAG e não pactuamos com expressões de xenofobia, racismo e discriminação de nenhuma forma.

Mas se a Administração prevê crescer, por que a TAAG está a despedir Pessoal Navegante de Cabine?

AM-A TAAG não está a despedir pessoal, tão pouco pessoal do PNC. Existem, contudo, alguns poucos colaboradores (PNC) sem vínculo permanente, ou seja, com contrato de trabalho por tempo determinado, tendo estes contratos atingido a sua data de término, não foram os mesmos renovados, à luz da legislação em vigor e com o devido aviso prévio. Tal não significa que os mesmos não possam ser reintegrados no futuro quando a operação crescer e assim se justificar. A administração é chamada a tomar medidas de gestão alinhadas com as boas práticas. Não faria sentido num momento em que temos que optimizar o quadro de pessoal da empresa e renovar contratos temporários.

Como a Administração da TAAG recebeu as declarações públicas da Secretária-Geral Sindicato do Pessoal Navegante de Cabine (SINPROPNC), Ondina Costa?

AM– Entendemos que as suas ideias sobre os assuntos referenciados nas redes sociais extrapolam o âmbito do Pessoal Navegante de Cabine a que o Sindicato se deve vincular. Notamos também que o seu discurso contém muitas opiniões de carácter pessoal, suposições, politizações, inverdades e falta de objectividade ou desconhecimento sobre o plano da Companhia e a estratégia que esta administração está a executar e a procurar comunicar tanto interna como externamente. Por outro lado, a sua opinião de não dialogar com a Administração certamente não pode ser uma opinião conscientemente assumida por todo o SINPROPNC, na medida em que o sindicato não pode abster-se das suas obrigações de representação e defesa dos constituintes perante a Administração apenas por no entender da Sra. Ondina Costa terem sido adiadas duas reuniões de trabalho.
Porquê que a Administração da TAAG está a comunicar com o SPLA-Sindicato dos Pilotos e com o Bureau Sindical e não comunica com o SINPROPNC?

AM-A Administração da TAAG está aberta a receber todas as forças sindicais e mantém firme o compromisso com uma escuta activa das preocupações dos nossos colaboradores. Foi criada na Direcção de Capital Humano uma área de Relações Laborais para equacionar as questões imediatas e correntes e o Director de Recursos Humanos iniciou já contactos regulares com os sindicatos nesse âmbito, tendo reunido pelo menos duas vezes com o SINPROPNC durante o mês de Julho. Contudo, tanto o SPLA como Bureau Sindical enviaram-nos Cadernos Reivindicativos e estamos a dialogar nesse âmbito de forma muito produtiva, por isso acreditamos que iremos alcançar compromissos sólidos e de longo prazo que possam corresponder a expectativa de todas partes. Provam isso as reuniões de trabalho com o Sindicato dos Pilotos onde trocamos informações, não apenas sobre remunerações, mas também sobre os resultados financeiros da empresa e sobre o plano de negócios em vias de finalização. Isto permitiu ao SPLA entender a realidade da empresa e o que a Administração pretende fazer para mudar o curso das coisas. Acreditamos que o SIMPROPNC e todo o Pessoal Navegante de Cabine (PNC) têm o mesmo interesse e necessidade de diálogo, pois isso beneficia toda a classe. Enquanto Administração estamos abertos e trabalharemos com o SINPROPNC. No essencial, importa dizer que estamos disponíveis para realizar com o Sindicato do PNC a mesma linha de diálogo construtivo que iniciamos com o SPLA e o Bureau Sindical, mas isso não o vamos fazer na praça pública, e sim dentro dos canais formais e corporativos para o efeito.

Esta administração está a afundar a empresa?

AM– Não. Conseguimos finalizar e auditar as contas da TAAG do primeiro semestre de 2022. O relatório e contas o acompanhamento da execução financeira deste período é claro sobre o percurso que estamos a fazer. De uma forma global, podemos dizer que a Companhia está a reduzir a sua exposição à dívida a fornecedores chave, a reportar cada vez em menor volume resultados negativos, à medida que a atratividade comercial e receita está a evoluir favoravelmente. A nível de operação estamos a crescer em novas rotas, mais frequências de voo, mais parcerias de negócios e a recuperar certificações chave que expandem a nossa reputação junto das entidades locais e internacionais.

Porque é que se alugaram aviões da companhia Hi Fly em formato wet lease?

AM-A TAAG celebrou um acordo ACMI (Aircraft, Crew, Maintenance and Insurance) com a companhia aérea HiFly para leasing de Airbus A330 por períodos de curto-prazo (passível de renovação) de forma a assegurar a continuidade da operação e o plano de crescimento previsto (mais frequências e maior disponibilidade de aeronaves), na mesma medida em que trabalhos de manutenção que deveriam ter sido devida e antecipadamente planeados estão a decorrer agora com parte da frota Boeing. Este tipo de acordo foi o formato mais ágil, célere, e “chave-na-mão” para responder de imediato a necessidade emergente de termos aeronaves disponíveis num período de pico no mercado.

Porquê que ao invés de se alugar os aviões da HIFLY, que são modelos de aviões que nunca fizeram parte da frota TAAG, não se alugou aviões Boeing 777-3ER que não requer formação da tripulação?

AM– O aluguer do Boeing 773 foi também considerado. O processo de aluguer iria ser mais moroso em termos de tempo, pois os aviões seriam entregues em dry lease (sem tripulação incluída) contando para o efeito com as nossas tripulações. Porém isso faria com que perdessemos oportunidades durante o pico do verão. Assim, e como as necessidades eram imediatas, avançamos pelo formato de wet lease até porque, se trata de aluguer de curta duração e com preço competitivo.

O que leva a empresa a escolher o Airbus em detrimento de Boeing para certas operações?

AM-As nossas decisões sobre a frota não tomam em consideração apenas um único factor como seja o da tripulação. As condições financeiras, a operacionalidade e eficiência da aeronave são alguns elementos que tomamos em conta. Temos elevado a nossa credibilidade no mercado e isso permite-nos negociar com aqueles que não exigem garantias financeiras do Estado, pois não temos disponibilidade de garantias financeiras que oneram ainda mais o estado angolano. Isso certamente tem influenciado as decisões. Por outro lado, importa realçar que o modelo Airbus apresenta índices de economia de combustível muito interessantes, reduzindo em boa medida o custo da operação, são igualmente modernos, com espaço de carga apreciável e têm entertainment funcional.

Toda a frota Boeing da TAAG será substituída por Airbus?

AM-Não. A TAAG vai apostar e de forma pioneira numa estratégia «multimarca» ao incorporar a Airbus na sua operação, juntamente com a Boeing e Dash. Temos uma frota muito envelhecida Boeing (e até os nossos passageiros sentem isso), razão pela qual é necessário preparar um phase out.

A TAAG está a alugar aviões Airbus e a colocar apenas tripulação estrangeira?

AM-Não. A TAAG celebrou um acordo comercial com a ALC (Air Lease Corporation) para a disponibilização de 6 aeronaves Airbus A220-300 com entregas faseadas a partir de Agosto de 2023. A operação dessas aeronaves Airbus A220-300 contará exclusivamente com pilotos e pessoal de cabine angolano, bem como, a gestão da manutenção será feita por equipas locais.

Porquê é que se está a apostar no segmento de carga e qual a lógica de utilizar o Boeing 777-3R ao invés do Boeing 777-200?

AM-O segmento de carga tem evidenciado uma demanda significativa e é um nicho de mercado que nos está a trazer receita, o que justifica plenamente a nossa aposta e atenção bem como a transição/utilização de algumas aeronaves de passageiros para o segmento de carga. Os B777-200 ainda não estão totalmente operacionais devido a manutenção e por isso temos utilizado o 773, para responder a demanda de clientes.

Porquê transitar os voos comerciais de passageiros operados por aviões TAAG para a HIFLY operados pela Airbus para rotas como Lisboa?

AM-O racional é que precisamos alocar mais aeronaves para responder ao elevado fluxo de passageiros em trânsito para os destinos na Europa, sendo o Airbus A330 uma aeronave mais económica para essa ligação. Sendo esta uma rota muito competitiva com concorrência de outros operadores, é importante conseguirmos garantir as ligações e ao mesmo tempo obter eficiência operacional (redução de custos e índices de consumo de combustível). Paralelamente e de forma estratégica a frota Boeing vai reforçar as ligações para Havana/Cuba e São Paulo/Brasil onde não há competição. É, portanto, uma decisão que aporta ganhos para a TAAG.

A actual Administração da TAAG vai converter todas aeronaves 777 em cargueiros?

AM– Não. A TAAG não vai abandonar a actividade de transporte de passageiros, pelo contrário, a ideia é continuar a alimentar mais rotas e frequências bem como aumentar a conectividade com o resto do mundo. Para isso contamos com o nosso pessoal de cabine e tripulação. Estão a decorrer negociações neste momento e oportunamente iremos comunicar sobre as novidades.

É vosso objectivo transformar a companhia de bandeira nacional numa TAAG unicamente de carga, e oferecer as nossas rotas de passageiros para outra companhia?

AM– Nunca. A carga tem tido um papel importante no contexto pós-Covid e a TAAG não é a única companhia a apostar mais na carga. Mas isso em circunstância alguma retira o valor e o carinho que temos pelos nossos passageiros.

Esta Administração da TAAG vai desistir?

AM– Essa opção não nos foi dada. Nós temos um rumo para a TAAG, e apenas uma direcção a seguir, para frente! Os desafios são enormes, mas a equipa está preparada e capacitada. Contamos com todos nesta jornada. Temos que ter consciência que muitas das decisões a tomar não serão fáceis mas, serão indispensáveis para a Companhia sobreviver, bem como para o legado que todos queremos deixar para a geração do amanhã. Esteja a bordo e atento neste voo da mudança, para que possamos chegar ao destino comum e aterraremos em segurança.

 

Editor: RNA

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