O Governo britânico anunciou hoje, 18 de Agosto, um contributo de 2,3 milhões de libras (2,7 milhões de euros) para apoiar as forças de segurança da Somália, que permitirá fornecer “crucial apoio logístico não letal, incluindo alimentos, evacuações médicas”, entre outros.
O novo financiamento, que chegará através do Fundo Fiduciário do Gabinete de Apoio das Nações Unidas na Somália (UNSOS), foi anunciado durante um encontro entre o recém-empossado Ministro da Defesa da Somália, Abdulkadir Mohamed Nur, e a embaixadora britânica no país, Kate Foster, segundo um comunicado da embaixada.
Para a diplomata britânica, o contributo agora anunciado será “crucial para manter as capacidades das forças de segurança da Somália acima de 10 mil militares somalis na luta contra o Al-Shebab”.
O novo financiamento baseia-se no apoio de longa data do Reino Unido às Forças de Segurança da Somália e ao Fundo Fiduciário da UNSOS, sublinha a embaixada na nota. No período de 2021/2022, o Reino Unido forneceu 4,9 milhões de libras (5,8 milhões de euros) de financiamento ao fundo para um ano de apoio aos soldados e polícias somalis.
Segundo o comunicado, os contributos do Reino Unido para o Fundo Fiduciário da UNSOS juntam-se ao apoio militar do Reino Unido ao Exército Nacional da Somália (SNA). Desde 2016, o Reino Unido já treinou mais de 2.000 soldados do SNA, em áreas como operações defensivas, comando e controle básico e lei de conflitos armados, liderança, tiro real, primeiros socorros em combate, direitos humanos e formação de género, para ajudar a melhorar o combate ao Al-Shebab.
Este grupo fundamentalista, que se juntou à Al-Qaida em 2012, leva a cabo com regularidade ataques em Mogadíscio e noutras partes do país para derrubar o governo central e estabelecer pela força um Estado islâmico ao estilo ‘wahhabi’ (ultraconservador). Além disso, o Al-Shebab controla várias áreas do país, especialmente as áreas rurais no centro e no sul, e também ataca países vizinhos, como o Quénia.
O Exército somali combate os fundamentalistas com o apoio das forças da Missão de Transição da União Africana na Somália (ATMIS, na sigla em inglês), que por sua vez é apoiada pela comunidade internacional. A Somália vive em estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando o país sem um governo eficaz e nas mãos de milícias e senhores da guerra islâmicos.