A família do general Musharraf, de 78 anos, disse na última semana que o antigo chefe de Estado estava hospitalizado desde meados de maio no Dubai, depois de apresentar “complicações” da sua doença, a amiloidose, para a qual a recuperação parasse “impossível”.
Pervez Musharraf exilou-se no Dubai em 2016 para tratamento e continua sujeito a vários processos legais no Paquistão. “É da opinião da instituição e dos seus líderes que Pervez Musharraf poderia regressar ao país devido à sua saúde debilitada, se a sua família assim o desejar”, declarou o porta-voz do Exército paquistanês, Babar Iftikhar, segundo um comunicado.
O antigo chefe do Estado-Maior do Exército Pervez Musharraf chegou ao poder num golpe sem derramamento de sangue em 1999, tirando o primeiro-ministro Nawaz Sharif do poder, antes de se proclamar presidente em 2001.
Nawaz Sharif, cujo irmão Shehbaz é primeiro-ministro desde abril e que vive numa clínica médica em Londres, disse na terça-feira que também concorda com o regresso do ex-Presidente paquistanês. “Não tenho ódio a Pervez Musharraf e não quero que outros sofram a dor excruciante que experienciei com os meus entes queridos… O Governo deve promover o seu regresso se desejar”, escreveu no Twitter.
Durante seus nove anos no poder, Musharraf fez do Paquistão um aliado chave dos Estados Unidos na “guerra ao terrorismo”, após os ataques de 11 de setembro de 2001. Pervez Musharraf foi forçado a renunciar em 2008, depois de tomar medidas de emergência impopulares para tentar permanecer no poder a todo o custo, exilando-se voluntariamente entre Londres e Dubai.
Em 2017, um tribunal paquistanês declarou-o como “fugitivo” no julgamento de Benazir Bhutto, em dezembro de 2007, sendo suspeito de ter participado numa conspiração para matar o seu rival antes das eleições, o que sempre negou.