Este sábado, o porta-voz do ministério chinês, Zhao Lijian, disse que a China não concorda com a recomendação do Departamento de Estado dos EUA, ao qual pediu explicações.
“Expressamos forte insatisfação e firme oposição à acusação infundada do lado dos EUA sobre a política de prevenção de pandemias da China, na sua declaração, e fizemos representações solenes junto dos EUA”, disse Zhao, num comunicado.
O ministério chinês chamou a política de combate à covid-19 de “científica e eficaz”, expressando total confiança que tanto Xangai e como outras regiões da China irão superar a nova vaga de surtos.
O Departamento de Estado dos EUA permitiu que os funcionários não essenciais do Consulado-Geral dos EUA em Xangai deixem o país devido às restrições e ao forte aumento de casos na cidade.
Em resposta, Zhao defendeu que as autoridades locais nas regiões afetadas pela covid-19 têm prestado assistência, “tanto quanto lhes tem sido possível”.
Nas últimas 24 horas, Xangai registou um recorde diário de 24.943 novos casos de COVID-19, revelou hoje o governo local.
Este valor é cinco vezes maior do que o registado em 28 de março — 4.477 infecções –, dia em que a cidade entrou pela primeira vez em confinamento.
A recuperação dos casos de covid-19 poderá levar a uma suavização do confinamento na parte leste de Xangai, disse no sábado a vice-presidente do governo municipal, Zong Ming, mas só depois de uma testagem massiva de todos os habitantes.
Numa entrevista coletiva a meios de comunicação locais, Zong Ming disse que a cidade vai realizar uma nova ronda de testes PCR aos habitantes e, com base nos resultados, classificar os edifícios residenciais em três tipos: “confinados”, “sob controlo” e “em precaução”, com medidas diferentes para cada um.
“Vamos implementar medidas que vão variar de acordo com a área, com base nos resultados dos testes”, referiu a autarca.
A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou hoje a deteção de 1.351 novos casos positivos de covid-19 — 1.318 devido a contágio local –, além de 25.111 casos assintomáticos, com a esmagadora maioria a ser registada em Xangai.
As autoridades de saúde garantem que o número de mortes se mantém inalterado em 4.638. As últimas duas mortes relacionadas com a covid-19 foram anunciadas a 19 de março, na província de Jilin, no nordeste da China.
Familiares disseram à Associated Press que vários pacientes poderão ter morrido de covid-19 no Shanghai Donghai Elderly Care, um hospital para idosos em Xangai, após muitos funcionários terem sido levados para quarentena devido às rígidas regras de combate à pandemia.