Um tribunal indiano manteve hoje, 15 de Março, a proibição do uso do véu islâmico (hijab) nas salas de aula de um estado do sul, semanas depois das escolas terem imposto a interdição, desencadeando protestos da minoria muçulmana. Otribunal superior de Karnataka decidiu, após semanas de deliberações, que esta “era uma restrição razoável aos direitos fundamentais”.
A polícia destacou, na segunda-feira à noite, mais agentes para as esquadras, para garantir a ordem e a segurança, disse o ministro do Interior do Estado, Araga Jnanendra.
A questão do ‘hijab’ tem agitado, desde finais do ano passado, Karnataka, onde algumas escolas proibiram o uso do véu pelas mulheres muçulmanas durante as aulas.
A medida foi tomada, pela primeira vez, pela direção de uma escola governamental de raparigas em Udupi, um pequeno distrito de Karnataka, onde as estudantes muçulmanas foram subitamente informadas de que não podiam assistir às aulas se continuassem a usar o ‘hijab’.
As estudantes decidiram manifestar-se contra a medida, num protesto que se estendeu a todo o estado e, posteriormente, a todo o país.
Além de protestos em muitas grandes cidades indianas, também decorreram manifestações no vizinho Paquistão, de maioria muçulmana, com a ativista e prémio Nobel Malala Yousafzai a expressar apoio às raparigas.
Numa tentativa de aliviar as tensões, o governo do estado fechou temporariamente todas as escolas, ao mesmo tempo que o tribunal superior de Karnataka proibiu, temporariamente, o uso de todos os símbolos religiosos nas escolas, enquanto estivesse a deliberar sobre a questão do ‘hijab’.
Muitos residentes de Karnataka lembraram que as alunas muçulmanas usam ‘hijab’ da mesma forma que hindus, sikhs e cristãos usam os respetivos símbolos religiosos.
As escolas reabriram, em fevereiro, sob severas medidas de segurança e as autoridades proibiram concentrações públicas de mais de quatro pessoas.
Muitos muçulmanos indianos afirmam sentir-se cada vez mais atacados pelo Governo nacionalista hindu do primeiro-ministro, Narendra Modi.