O procurador-geral da República de Angola, Hélder Pitta Grós, disse esta quinta-feira que a ausência da empresária Isabel dos Santos do país está a dificultar o andamento dos processos em curso contra a empresária.
“o processo está numa fase de investigação criminal, que é uma fase secreta, portanto partilhamos só com os advogados, quando necessário e está a ser feito trabalho internamente, não é ético da nossa parte estar a divulgar peças ou atos processais” disse o procurador à lusa em São Tomé e Príncipe, onde assistiu à inauguração do novo Edifício do Ministério Público.
Questionado sobre a demora nas investigações à empresária e filha do antigo presidente de Angola José Eduardo dos Santos, o procurador-geral de Angola respondeu: “A morosidade em termos de resultado definitivo é, por um lado, a complexidade e grandiosidade do processo, e por ela [Isabel dos Santos] não se encontrar em Angola, isso também cria algumas dificuldades”.
O processo, acrescentou: “Não morreu, está vivo, e vamos obtendo cada vez mais provas para consolidar a peça final do processo”.
Hélder Pitta Grós falou à Lusa em São Tomé e Príncipe, à margem de uma cerimónia pública, na qual Angola foi elogiada pelas várias reformas, nomeadamente no setor da Justiça.
“É bom ver reconhecido o trabalho que temos feito em Angola, temos muito mais para fazer do que aquilo que já foi feito, mas é um incentivo ver que há um reconhecimento externo de que estamos a trabalhar e no bom caminho, e assim permite-nos mobilizar outras forças para nos apoiar nesse combate”, disse o procurador.