O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu os territórios separatistas na região de Donbass, na Ucrânia, como independentes. A informação foi avançada esta segunda-feira pelo Kremlin e entretanto confirmada por Putin num discurso ao país. No final da intervenção, o presidente russo assinou acordos de cooperação com os líderes separatistas.
Putin pediu também ao parlamento russo para “aprovar esta decisão” para, em seguida, “ratificar os acordos de amizade e de ajuda mútua a estas repúblicas”, o que permitirá a Moscovo, por exemplo, enviar apoio militar aos dois territórios pró-russos do Donbass ucraniano.
Nesta declaração ao país, Putin defende que a Ucrânia actual está a ser gerida pela embaixada dos EUA, descrevendo o país como “uma colónia norte-americana com um regime fantoche”. O presidente russo acusa ainda os serviços de inteligência do Ocidente “de ajudarem Kiev a cometer crimes”.
A Ucrânia pediu uma reunião “imediata” do Conselho de Segurança da ONU, perante a ameaça de uma invasão russa.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrelll, já avisou que a União Europeia tem sanções em cima da mesa e “está pronta a reagir”.
No Twitter, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, escreveram que o reconhecimento, por Putin, destes territórios como independentes é uma “violação flagrante do direito internacional, da integridade territorial da Ucrânia e dos acordos de Minsk”.
Enquanto isso, o Presidente norte-americano, Joe Biden, deverá emitir “em breve” uma ordem executiva com sanções.
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, indicou em comunicado que a ordem executiva presidencial proibirá novos investimentos, comércio e financiamento dos Estados Unidos para, de ou nos territórios separatistas pró-Rússia de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia.