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Uganda. Escritor foge do país após detenção por “insultos” ao presidente.

todayFevereiro 10, 2022 138

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Kakwenza Rukirabashaija, escritor ugandês, fugiu do país, de acordo com o seu advogado. O escritor havia sido detido e torturado sob a acusação de que terá insultado o presidente do Uganda nas redes sociais. Em declarações à AFP, o advogado de Kakwenza explicou que o escritor fugiu para poder tratar de ferimentos infligidos durante detenções.

“Ele [Kakwenza] teme ser envenenado”, revelou o advogado do escritor, que foi preso a 28 de dezembro após os “insultos” ao presidente do Uganda, Yoweri Museveni, e ao seu filho, o general Muhoozi Kainerugaba.

O escritor foi libertado quase um mês depois, a 26 de janeiro, apesar de haver uma ordem judicial que ordenava a sua libertação. Kakwenza Rukirabashaija apareceu depois numa entrevista televisiva onde disse ter sido torturado, mostrando cicatrizes e marcas nas costas.

Pouco depois da aparição televisiva, a justiça do Uganda anunciou que o escritor de 33 anos seria julgado a partir do dia 23 de março, mantendo as condições rígidas da libertação de Kakwenza, que incluem a proibição de declarações à imprensa.

As críticas do escritor aconteceram na rede social Twitter. Além das críticas ao presidente, Kakwenza apelidou o general Kainerugaba, seu filho e mais do que provável sucessor, de “obeso” e “rabugento”.

O escritor ugandês publicou em 2020 o romance “O Bárbaro Ganancioso”, uma obra de cariz satírica que descreve um país imaginário atormentado pela corrupção. Aclamado pela crítica, Kakwenza Rukirabashaija recebeu no ano seguinte o prémio PEN Pinter, um galardão atribuído a escritores perseguidos pelas suas obras.

O Uganda é conhecido por ser um país autoritário, com vários episódios de repressão sobre jornalistas e prisão de advogados e líderes da oposição. Depois das notícias de tortura, a União Europeia pediu uma investigação exaustiva às violações dos Direitos Humanos no país africano.

A União Europeia diz estar preocupada com o aumento significativo de casos de tortura, prisões arbitrárias, desaparecimento de pessoas e ataques a ativistas dos Direitos Humanos.

Editor: RNA

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