Kaseya recebe a pasta de Ahmed Ogwell, diretor interino do organismo da União Africana para a saúde pública, desde o início de maio, depois da saída do anterior diretor-geral do Africa CDC, John Nkengasong, que assumiu as funções de coordenador geral dos Estados Unidos para o combate à sida em todo o mundo.
As primeiras declarações do novo diretor-geral do Africa CDC foram no sentido do compromisso do organismo a “trabalhar em estreita colaboração” com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para “abordar questões de saúde em África”, uma posição que parece colocar de lado a fratura que se abriu entre o Africa CDC e a OMS no verão passado sobre o grau de autonomia que o organismo da UA deveria ter para declarar emergências de saúde pública regionais.
“Hoje, após a confirmação, o meu primeiro telefonema foi com a Dra. [Matshidiso] Moeti [diretora regional da OMS para África] para reiterar o meu compromisso de trabalhar em estreita colaboração com a OMS para abordar questões de saúde em África”, nomeadamente em questões que vão desde a cobertura universal da saúde em África ao reforço da capacidade de produção local na era pós-covid-19, declarou Kaseya.
O novo diretor trabalha em saúde pública há mais de duas décadas, tendo assumido vários cargos superiores, nomeadamente na Unicef na República do Congo e na Namíbia, onde liderou o projeto de vacina contra a meningite. Entre junho de 2020 e fevereiro de 2021, serviu como chefe global da equipa africana para o combate à pólio na Fundação Bill e Melinda Gates.
O novo diretor-geral do Africa CDC foi nomeado para um mandato de quatro anos, para supervisionar as funções principais e objetivos-chave da organização no domínio da saúde pública no continente, nomeadamente a monitorização potenciais ameaças de doenças e de ajuda aos seus 55 estados-membros a “colmatar lacunas na regulamentação internacional em matéria de saúde”, de acordo com a nota da UA divulgada hoje.
A função assumida pelo médico congolês passa ainda pela supervisão das políticas de apoio na preparação e resposta a emergências de saúde pública e o mapeamento de avaliações de perigos e riscos a nível regional e nacional nos Estados-membros.