“O Governo da República da Guiné-Bissau repudia com total veemência o ataque perpetrado contra a Rádio Capital e à residência de um comentador político, Rui Landim, nestes dias”, afirmou, em conferência de imprensa, o porta-voz do Governo e ministro do Turismo, Fernando Vaz.
Segundo Fernando Vaz, na sequencia dos acontecimentos “foram dadas instruções claras às autoridades policiais competentes para desencadearem todos os mecanismos de investigação com vista ao apuramento dos factos e à tradução dos responsáveis à justiça”.
O porta-voz do Governo salientou que o “país novo que as novas autoridades estão firmemente empenhadas em construir não se compadece com a violência, o terrorismo, nem com ajustes de contas”.
“O Governo quer assegurar a todos que tudo fará para pôr cobro a estas ações de banditismo, de violência gratuita e garantir a todos o pleno exercício destes direitos que constituem pilares fundamentais da construção do Estado de Direito da nossa jovem democracia, assegurando por outro lado a integridade de todos os cidadãos”, disse.
Fernando Vaz salientou também, que “doa a quem doer”, o Governo vai tomar todas as medidas para “neutralizar os promotores do caos e da anarquia, que representam comportamentos estranhos à natureza dos verdadeiros guineenses”.
Questionado sobre o tipo de armas utilizadas nos ataques, que poderão ser associadas ao Estado, o porta-voz do Governo afirmou que a distribuição de armas no país decorreu durante vários anos, que apesar das campanhas de recolhas não foram recolhidas a 100% e que ainda há pessoas na posse de armas, mas “associar isso ao Estado, se o Estado soubesse quem eram as pessoas estariam presas”, disse.
“O Estado tomou medidas e está a fazer todas as diligências para saber quem são essas pessoas e prendê-las sejam quem for”, afirmou, salientando que se conseguirem apanhar um das armas que são numeradas conseguem chegar à sua origem.
Questionado sobre se o Governo tem conhecimento do estado do paiol, o ministro explicou que é confidencial da área militar, mas que pensa que o Governo tem o paiol totalmente controlado.
“As armas inventariadas estão controladas”, disse o ministro.
O ataque à Rádio Capital aconteceu quase uma semana depois de uma tentativa de golpe de Estado. Pelo menos sete pessoas, entre jornalistas, técnicos e pessoal administrativo, ficaram com ferimentos na sequência do ataque às instalações da rádio.
A presidente do Sindicato de Jornalistas da Guiné-Bissau disse na terça-feira que há uma ameaça ao exercício do jornalismo e pediu à comunidade internacional para “dar a cara” e apoiar o país e os profissionais da comunicação social.