A actriz francesa Brigitte Bardot, ícone mundial do cinema, morreu na manhã deste domingo aos 91 anos.
Tornada mundialmente famosa aos 22 anos, em 1956, com o filme E Deus criou a mulher, do então marido Roger Vadim, Bardot tornar-se um símbolo da sensualidade feminina muitas vezes imitado, mas nunca igualado, ao longo das duas décadas seguintes, até se retirar dos ecrãs prematuramente, para se dedicar à causa da defesa dos animais, através da fundação que criou e leva o seu nome.
Foi a Fundação Brigitte Bardot a anunciar a morte da atriz este domingo, através de um comunicado. Bardot estava há mais de um mês hospitalizada na cidade de Toulon, no sul de França.
O presidente Emmanuel Macron lembrou Bardot, que foi modelo para a Marianne (efígie oficial da República Francesa), da seguinte forma, na plataforma X: Os seus filmes, a sua voz, a glória deslumbrante, as suas iniciais, as suas tristezas, a generosa paixão pelos animais, o rosto que se tornou Marianne, Brigitte Bardot encarnava uma vida de liberdade. Existência francesa, brilho universal. Ela tocava-nos. Choramos uma lenda do século”.
Actuou num total de 28 filmes ao longo de duas décadas e tornou-se um símbolo da libertação sexual feminina.
Se os filmes em que entrou, de E Deus criou a Mulher a Se Don Juan Fosse uma Mulher (1973), serviram para afirmar o papel de BB como sex-symbol, pelo menos um deles foi muito mais do que isso e tornou-se também num marco indelével do cinema de autor: falamos de O Desprezo (Le Mépris), realizado em 1963 por Godard sob o sol de Capri.
Bardot terminou a carreira cinematográfica e retirou-se para a sua villa em St. Tropez, aos 39 anos, em 1973, logo após Don Juan.
O casamento de Bardot em 1992 com o quarto marido, Bernard d’Ormale, ex-conselheiro do antigo líder da Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen, contribuiu para a sua mudança política. Sobre o líder nacionalista, morto em janeiro deste ano, disse que era um «homem adorável e inteligente».
Em 2012, voltou a causar polémica ao escrever uma carta aberta de apoio a Marine Le Pen, líder do partido agora renomeado Rassemblement National e candidata às presidenciais francesas desse ano.
Em 2018, no auge do movimento MeToo, Bardot disse numa entrevista que a maioria das actrizes que protestavam contra o assédio sexual na indústria cinematográfica eram «hipócritas» e «ridículas», porque muitas «provocavam os produtores para conseguir papéis».
Disse ainda que nunca foi vítima de assédio sexual e achava “charmoso” que alguém dissesse “que era bonita ou que tinha um belo rabo”.