
O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil ordenou, esta sexta-feira, uma operação de busca e apreensão contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, após indícios de que este estaria a preparar-se para fugir do país e pedir asilo político a Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos.
A Polícia Federal executou mandados na residência de Bolsonaro, em Brasília, e na sede do Partido Liberal, no âmbito de um processo encaminhado ao STF dois dias após o anúncio por parte de Trump de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, consideradas por analistas como retaliação às decisões do STF contra Bolsonaro e as grandes plataformas tecnológicas.
Durante a operação, foram apreendidos 14 mil dólares (mais de 12 mil euros) e R$ 8 mil (cerca de mil euros), além de novas restrições impostas ao ex-presidente, incluindo o uso de pulseira eletrónica, proibição de uso de redes sociais e impedimento de contato com diplomatas, embaixadas e pessoas investigadas, como o seu filho, Eduardo Bolsonaro.
Imagens transmitidas pela GloboNews mostraram veículos da Polícia Federal na residência de Bolsonaro e nas instalações do partido. À chegada à Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, onde lhe foi colocada a pulseira eletrónica, Bolsonaro declarou sentir-se “humilhado” pelas medidas impostas, negou estar a planear fuga e disse: “Sair do Brasil é a coisa mais fácil”.
A defesa do ex-presidente reagiu com “surpresa e indignação”, afirmando que se pronunciará em momento oportuno.
O STF foi alertado para a possibilidade de fuga com base em movimentações suspeitas e no discurso ofensivo de Donald Trump em relação ao Brasil. Mesmo sem passaporte que foi apreendido em fevereiro de 2024 , o tribunal sublinha que os Estados Unidos possuem mecanismos jurídicos para extradição, o que fundamenta a proibição de aproximação de embaixadas por parte de Bolsonaro.