
Faleceu na tarde desta terça-feira, em Lisboa, vítima de doença, o Embaixador António Brito Domingos Sozinho, aos 84 anos de idade. Figura histórica do nacionalismo angolano e destacado diplomata, Brito Sozinho deixa um legado notável na história política e cultural de Angola.
Lutador incansável pela Independência Nacional, o Embaixador desempenhou um papel activo na luta de libertação desde 1959, quando, ainda jovem, fundou o Clube Desportivo Ginásio um grupo de estratégia de massas ligado ao MPLA, com foco na formação política e promoção cultural entre a juventude.
Para além do seu percurso político, teve também uma ligação profunda com a música. Em 1962, integrou o grupo musical Kimbandas do Ritmo, que chegou a gravar um disco em 1972 na Finlândia, preservando a identidade cultural angolana mesmo em tempos de exílio e luta.
No plano diplomático, António Brito Sozinho liderou Missões Diplomáticas de Angola na Nigéria, Tanzânia, Guiné-Bissau, Suécia e Moçambique, tendo sido um dos rostos centrais nos esforços de mediação e concertação que, na década de 1980, contribuíram para a construção de um caminho rumo à paz e à realização das primeiras eleições multipartidárias em Angola, em 1992.
Desde 2019, exercia funções como assistente do corpo diplomático em Angola, mantendo-se sempre comprometido com as causas nacionais.