
O O chefe de Estado angolano e presidente em exercício da União Africana Africana, João Lourenço, lamentou neste sábado, em Brasília, a persistência de conflitos armados em várias regiões do continente africano, incluindo o terrorismo em Cabo Delgado, Moçambique. O chefe de Estado angolano sublinhou que a paz, segurança e o desenvolvimento são essenciais para o futuro de África.
Durante um encontro com embaixadores africanos e da Comunidade do Caribe, João Lourenço destacou que o continente enfrenta hoje múltiplas ameaças, que vão além do terrorismo no Sahel, passando por mudanças inconstitucionais de regime, guerra civil no Sudão, tensões entre a RDC e o Ruanda, instabilidade na Somália, entre outros.
“O capital é alérgico ao troar dos canhões. Onde há conflito, o investimento não surge”, alertou, acrescentando que o desenvolvimento de África depende da estabilidade.
João Lourenço defendeu também um maior investimento em infraestruturas que promovam a mobilidade e a integração energética entre os países africanos. “Precisamos de fazer um grande investimento em infraestruturas que interliguem os nossos países, particularmente na energia”, frisou.
Na sexta-feira, ao lado do Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, João Lourenço apelou ao regresso de empresas brasileiras para a construção de infraestruturas públicas em Angola e à reabertura de uma linha de financiamento para crédito à exportação. “Angola ainda tem muito por construir em termos de estradas, portos, caminhos de ferro, aeroportos, energia e água”, afirmou.
Os dois países assinaram memorandos de entendimento para reforçar a cooperação entre a Petrobras e a Sonangol, bem como no setor agropecuário. O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola, em 1975, e ambos os países mantêm relações bilaterais estreitas.