O ex-primeiro-ministro português e antigo presidente da Comissão Europeia, que intervinha no Segundo Fórum Ministerial de Alto Nível do Africa CDC (Centro para Controlo e Prevenção de Doenças), disse tratar-se do Acelerador de Fabricação de Vacinas (Vaccine Manufacturing Accelerator — AVMA, na sigla em inglês) – um projeto que, além de reduzir a desigualdade no acesso às vacinas, compreende ainda a transferência de tecnologia para os países africanos.
O Segundo Fórum Ministerial de Alto Nível do Africa CDC realizou-se no âmbito da cimeira da União Africana, que hoje se iniciou em Adis Abeba.
Para concretizar o AVMA, a Aliança Mundial das Vacinas (GAVI, na sigla em inglês), uma parceria público-privada, aposta na mobilização de mil milhões de dólares (927 milhões de euros).
Durão Barroso destacou que este projeto, uma parceria entre a GAVI, a Comissão da União Africana e o África CDC, “é a personificação perfeita do que pode ser feito” quando se combina “a visão e a liderança africanas com o modelo público-privado” da Aliança Mundial das Vacinas.
“Num mundo que parece estar perpetuamente a braços com múltiplas crises, a tentação pode ser a de pensar a curto prazo. A AVMA é uma solução a longo prazo, baseada num compromisso financeiro de até mil milhões de dólares (927 milhões de euros) da GAVI para apoiar o crescimento sustentável do setor africano de fabrico de vacinas durante os próximos dez anos”, destacou.
O presidente do conselho de administração da GAVI acrescentou que “um setor dinâmico de fabrico de vacinas não só traria benefícios concretos para a segurança sanitária regional, como também ajudaria a estimular o investimento num ecossistema de ciências da vida e biotecnologia que pode impulsionar o crescimento económico e proporcionar empregos de elevada qualidade no futuro”.
Considerando que se está “no limiar de uma nova era para a imunização”, após a descoberta da vacina contra a malária, Durão Barroso antecipou a “perspetiva tentadora de uma nova vacina contra a tuberculose – um dos mais antigos flagelos da humanidade – antes do final da década”.
Daí que, através da AVMA, concluiu, se está a enviar “um sinal claro de que as nações africanas serão os autores de muitas das inovações na imunização que ainda estão para vir”.