
A comunidade angolana residente em Bragança passou a contar, desde esta quinta-feira, com serviços consulares de proximidade, após a inauguração do Consulado Honorário de Angola na cidade transmontana.
A nova representação, a funcionar nas instalações da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança (ACISB), vai permitir tratar documentos como passaportes e bilhetes de identidade sem a necessidade de deslocações a mais de 200 quilómetros, até ao Porto ou Lisboa.
O cônsul honorário, António Cunha, responsável também pelos consulados de Vila Real e Guarda e pelo futuro espaço em Viseu, destacou que será feito um levantamento do número de angolanos residentes em Bragança, sendo já certo que os estudantes representam a maioria, ultrapassando os 200.
Entre os testemunhos, Wilson Correia, que chegou há dez anos para estudar Engenharia Ambiental no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), lembrou que no início eram cerca de 20 angolanos e hoje a comunidade é “forte e numerosa”. Para ele, o novo consulado reduz “de forma exponencial” as dificuldades no acesso a serviços e reforça o sentimento de pertença.
Já Salomão Ferreira, atual presidente da Associação de Estudantes Angolanos em Bragança, realçou a integração proporcionada pelo politécnico e pelas instituições locais. Para o jovem, o consulado “vai colmatar as situações que afligem a comunidade de forma rápida, eficiente e eficaz”.
Ivana Delfina Machado Jorge, que se mudou de Angola para Bragança há cinco anos, destacou que a cidade pequena favorece a integração e aproxima os conterrâneos. Apesar da adaptação ao frio e da distância da família, garante que encontrou no acolhimento e no sucesso escolar dos filhos a força para criar raízes.
Além dos serviços consulares, o espaço será um ponto de encontro para a comunidade angolana, um centro de difusão da cultura do país e também uma ponte para negócios. António Cunha sublinhou que pretende estimular trocas comerciais e contactos empresariais entre Angola e Portugal.