
A União Africana (UA) anunciou esta quinta-feira que o continente já superou, em 2025, o total de casos de cólera registados no ano passado, com 262.323 infeções confirmadas em 23 países e uma taxa de mortalidade de 2,1%. Angola surge entre os países mais críticos, ao lado do Chade e do Burundi.
De acordo com o diretor-adjunto de incidências dos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC), Yap Boum, só entre junho e setembro foram confirmados mais de 262 mil casos, ultrapassando a totalidade de 2024. Até ao momento, a doença já causou 5.896 mortes, número superior aos 4.725 óbitos registados no ano passado.
“Estima-se que, até ao final do ano, haverá três vezes mais casos do que em 2022. Por isso, é fundamental uma abordagem coordenada para acelerar a resposta”, advertiu Boum.
Países mais afetados
•Sudão do Sul: 74.937 casos
•Sudão: 62.412 casos
•República Democrática do Congo (RDCongo): 53.513 casos
•Chade: 2.397 casos e 139 mortes
•Angola: regista um ressurgimento da doença
•Burundi: enfrenta uma situação grave, mas com queda recente de infeções
Segundo o Africa CDC, o acesso limitado a água potável, a crise de refugiados oriundos do Sudão e os campos de deslocados sobrelotados são os principais fatores que impulsionam a transmissão.
Tendência recente
Embora tenha havido uma redução de infeções na maioria dos países africanos nas últimas seis semanas, Angola e RDCongo registaram aumento de casos, e novos surtos estão a surgir no Chade, RDCongo e Burundi.