O presidente do Chega, André Ventura, anunciou, esta terça-feira, a candidatura à Presidência da República Portuguesa, em 2026.
Num discurso em que garante ter procurado outros nomes para avançar para Belém, Ventura reforçou: “Não desejei ser candidato”.
André Ventura considerou também que a decisão de se voltar a candidatar a Presidente da República representa “um enorme risco político” para o partido e para si, mas salientou que não vira “a cara à luta” e “o país está primeiro”.
O presidente do Chega alegou também que “o sistema sempre quis uma candidatura fraca do Chega nestas eleições”, mas garantiu que nunca permitirá que o partido “tenha candidaturas para perder ou fracas, independentemente da eleição”.
“O sistema queria candidatos fracos para podermos apoiar, para dizer que o almirante Gouveia e Melo foi buscar o nosso eleitorado, que Marques Mendes afinal não era assim um candidato tão mau, ou que até os votos que o Partido Socialista transferiu para o Chega voltaram para António José Seguro”, advogou.
Em críticas aos restantes candidatos a Belém, disse que quer que o país seja diferente “não com os Marques Mendes ou Almirantes desta vida, mas com políticos novos, diferentes, políticos que não foram abalroados pelos vícios que o sistema político transporta em si”.
“Quando ouvi os três candidatos presidenciais dizerem que concordavam com o veto de Marcelo Rebelo de Sousa na lei dos estrangeiros, fiquei com uma certeza ainda maior: que este partido tinha de ter uma candidatura que dissesse ‘não, não devemos vetar a lei dos estrangeiros, não devemos continuar a ter a porta a todos sem regras, a beneficiar de subsídios'”, atirou, criticando depois as relações diplomáticas de Marcelo Rebelo de Sousa com líderes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Quanto a Henrique Gouveia e Melo, Ventura foi mais longe, dizendo enquanto se referia ao antigo militar: “Na verdade, não há nenhuma duplicidade nem nenhuma luta entre candidatos antissistema. Há um candidato antissistema e há um candidato que acontece de ser militar e que vai representar o espaço do socialismo e do centro político em Portugal”.
“Nunca houve numa candidatura com esta dimensão a frase que tanto sentido fizesse, mas que levaremos até a 18 de janeiro: os portugueses primeiro”, atirou.