A XV Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) realiza-se hoje em Bissau, com destaque para a segurança alimentar e o compromisso com uma organização mais interventiva e menos retórica.
O encontro assinala a passagem da presidência rotativa da CPLP de São Tomé e Príncipe para a Guiné-Bissau, contando com a presença de cinco Presidentes da República e dois primeiros-ministros.
Estão confirmados em Bissau os Chefes de Estado de Timor-Leste, José Ramos-Horta; de Cabo Verde, José Maria Neves; de Moçambique, Daniel Chapo; de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova; e o anfitrião, Umaro Sissoco Embaló.
A cimeira decorre nas instalações do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau e inclui a transferência formal da presidência, a apreciação de recomendações, a votação de projetos estratégicos e a eleição do novo secretário executivo da CPLP para o biénio 2025–2027. Angola apresentou a candidatura da diplomata e ex-ministra Maria de Fátima Jardim, para suceder ao timorense Zacarias da Costa.
O tema central da cimeira “A CPLP e a Soberania Alimentar: Um Caminho para o Desenvolvimento Sustentável” reflete a prioridade da Guiné-Bissau na sua presidência. Para o Governo guineense, assegurar a soberania alimentar “é mais do que garantir a produção de alimentos, é garantir a dignidade dos povos, a resiliência das nações e a estabilidade das sociedades”.
As autoridades do país anfitrião asseguram que a instabilidade política interna não afetará o mandato de dois anos à frente da organização, prometendo uma presidência marcada pela ação concreta.
Durante a cimeira será também entregue o Prémio “José Aparecido de Oliveira” a duas figuras de destaque no espaço lusófono: Maria do Carmo Silveira, ex-secretária executiva da CPLP, e Joaquim Chissano, antigo Presidente de Moçambique. O galardão, criado em 2011 em homenagem ao diplomata brasileiro que impulsionou a criação da CPLP, reconhece personalidades e instituições que promovem os valores e princípios da comunidade.
