“Qualquer país que se alinhe com as políticas anti-(norte-)americanas do BRICS terá de pagar uma tarifa ADICIONAL de 10%“, escreveu Trump, no domingo à noite, numa publicação na sua rede social, Truth Social.
“Não haverá exceções a esta política“, acrescentou o chefe de Estado norte-americano, levantando novas incertezas ao desfecho das negociações entre os EUA e respetivos parceiros comerciais.
Os líderes dos países que compõem o bloco BRICS, reunidos no Rio de Janeiro, rejeitaram no domingo as medidas de protecionismo comercial, mas não se referiram expressamente aos Estados Unidos, ainda que as políticas de Donald Trump estejam presentes nas entrelinhas da declaração final do primeiro dia do encontro.
O fórum, composto por 11 países do Sul Global e liderado pela China e pela Rússia, começou no domingo e conclui hoje a 17.ª reunião de chefes de Estado e de Governo.
Esta cimeira no Brasil, que assume a presidência rotativa do grupo, está a ser marcada pelas ausências dos presidentes chinês – a primeira na história do BRICS – e russo, ainda que Vladimir Putin tenha participado por teleconferência.
Os 126 artigos que integram a declaração final do primeiro dia abordam a guerra comercial de Donald Trump, a escalada de violência no Médio Oriente e apelam a uma reforma urgente das Nações Unidas, do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional.
“A proliferação de medidas restritivas do comércio, quer sob a forma de aumentos indiscriminados de tarifas e medidas não tarifárias, quer sob a forma de protecionismo sob o pretexto de objetivos ambientais, ameaça reduzir ainda mais o comércio global“, afirmaram os líderes do BRICS.
A declaração reafirmou ainda o compromisso de promover o comércio em moedas locais entre os 11 países do bloco, que representam 40% da economia mundial e 26% das exportações globais.