
O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, anunciou esta segunda-feira que as obras em curso na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Luhongo, no município da Catumbela, vão permitir abastecer água potável a mais de um milhão e setecentas mil pessoas, beneficiando mais de metade da população da província de Benguela.
Durante uma visita de constatação às obras, o governante explicou que a intervenção permitirá, numa primeira fase, repor a capacidade instalada de 1,5 metros cúbicos por segundo, sendo posteriormente aumentada para 2 m³/s até ao início de 2028. Actualmente, a estação opera com apenas 0,8 m³/s, devido à degradação dos equipamentos.
As obras, iniciadas no princípio deste ano, apresentam uma taxa de execução de 19% e abrangem áreas cruciais como a captação, filtração, tratamento, laboratórios de controlo de qualidade, e melhorias nas condições de operação, segurança e ambiente da estação.
“Vamos garantir mais quantidade e melhor qualidade de água”, afirmou João Baptista Borges, sublinhando o impacto positivo que este projecto terá na vida dos habitantes da província, estimada em cerca de 2,6 milhões de pessoas.
Relativamente ao abastecimento intercalado de água na zona alta do Lobito, o ministro informou que estão a ser construídos novos furos e reforçada a adução de água a partir do Chiule (Catumbela), além do aumento da capacidade de bombeamento. “Nos próximos meses, o fornecimento de água à zona alta do Lobito estará normalizado”, garantiu.
O titular da pasta das Águas atribuiu o estado actual da ETA do Luhongo à falta de manutenção de bombas, filtros e outros equipamentos, aliada ao crescimento populacional, que aumenta significativamente a procura. “Cada pessoa que nasce precisa de quase cem litros de água por dia”, observou.
João Baptista Borges revelou ainda que está em curso um modelo de parcerias público-privadas, concebido com o apoio do Banco Mundial, que será submetido a concurso público. Este novo modelo prevê a introdução de empresas privadas na exploração do sistema de abastecimento de água, com metas obrigatórias de qualidade e cobertura de consumidores.
“Essas empresas apenas vão explorar, e no fim do contrato, todas as infra-estruturas revertem a favor do Estado”, destacou. O ministro apontou vantagens para os consumidores, que passarão a contar com melhores serviços, e para o Estado, que assegurará receitas sustentáveis e uma gestão mais eficiente.