Angola vai capacitar e especializar 38 mil profissionais de saúde até 2028, no âmbito de um plano emergencial de formação de quadros. A iniciativa, que visa reforçar os recursos humanos do sector, inclui estágios internacionais, com destaque para Portugal, onde 630 profissionais angolanos deverão ser formados.
O coordenador e gestor técnico do projeto, Job Monteiro, adiantou à agência Lusa que o plano abrange diferentes carreiras da saúde, incluindo 3 mil médicos, 9 mil enfermeiros especializados, 9 mil técnicos de enfermagem, 9 mil técnicos de diagnóstico e terapêutica, 4 mil profissionais do regime geral e 4 mil de apoio hospitalar.
A maioria da formação será realizada em Angola, ficando apenas 20% dos profissionais abrangidos pelo programa destinados a fazer a especialidade fora do país, no quadro de acordos de cooperação com nações como Portugal, Cuba e Brasil.
Já na próxima semana, o primeiro grupo de 117 médicos finalistas do curso de Medicina Geral e Familiar parte para Portugal, onde serão distribuídos por 16 unidades de saúde para estágios profissionalizantes de até três meses.
Além de Portugal, outros 136 profissionais encontram-se atualmente em formação em Cuba e 111 partiram recentemente para o Brasil.
A divisão que foi feita do ponto de vista de prioridade formativa foi entre áreas prioritárias, carenciadas e áreas emergenciais”, indicou o responsável do Minsa, explicando que as áreas prioritárias são aquelas em que Angola já oferece os cursos de especialidade pelo que irão deslocar-se para Portugal apenas para estágios de curta duração.
As áreas carenciadas, como neurocirurgia, neurologia, ortotraumatologia ou nefrologia, são aquelas em que não é possível cumprir todo o programa rotativo da especialidade, enquanto as áreas emergenciais significam a quase total ausência de especialistas, como é o caso da reprodução medicamente assistida ou dos transplantes.
