
As autoridades da República Democrática do Congo (RDC) anunciaram a suspensão das atividades do Partido Popular para a Reconstrução e a Democracia (PPRD), liderado pelo ex-Presidente Joseph Kabila. A decisão foi tomada pelo Ministério do Interior, que acusa o partido de manter um “silêncio cúmplice” face às ações do grupo armado M23, ativo no leste do país e alegadamente apoiado pelo Ruanda.
Segundo o comunicado oficial divulgado no sábado, o PPRD está proibido de operar em todo o território nacional. A medida surge em meio a uma escalada de tensões políticas, especialmente após o anúncio do regresso de Kabila ao leste da RDC — região onde o M23 mantém forte presença e controlo parcial.
O governo congolês tem acusado repetidamente o Ruanda de apoiar militarmente o M23, envolvido em combates com o exército congolês e na ocupação de áreas estratégicas. O retorno de Kabila ao leste e a postura do seu partido têm sido encarados pelas autoridades como um fator de instabilidade num cenário já marcado por conflitos e disputas políticas.
A suspensão do PPRD marca um novo capítulo nas conturbadas relações entre o atual governo de Kinshasa e o círculo político do antigo chefe de Estado, que liderou a RDC entre 2001 e 2019.