O Governo angolano, por meio do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, emitiu uma nota de protesto formal contra a Rádio e Televisão de Portugal (RTP), acusando a emissora portuguesa de divulgar informações falsas sobre a situação na província de Cabinda.
A nota, tornada pública nesta terça-feira, contesta veementemente a matéria veiculada no programa “Bom Dia Portugal”, da RTP, que reportou a existência de um suposto cessar-fogo na referida província, sugerindo a ocorrência de conflito armado na região. O Executivo angolano considera a reportagem “enganosa”, “eivada de malícia” e “desprovida de veracidade”, acusando a RTP de recorrer a imagens forjadas e de fomentar uma perceção errada da realidade socio-política e militar em Cabinda.
“Queremos esclarecer à opinião pública nacional e internacional que a situação em Cabinda é estável e não há qualquer conflito armado em curso”, lê-se no documento. O Governo afirma ainda que a veiculação de informações falsas que ponham em causa a segurança nacional é uma prática sancionável em qualquer ordenamento jurídico do mundo.
O comunicado critica ainda a suposta tentativa da RTP de alimentar o sensacionalismo, colocando em causa os princípios éticos do jornalismo. “A actitude da RTP não é exemplo da nobreza que deve pautar o exercício do Jornalismo”, sublinha a nota.
O Governo repudiou também as alegadas negociações entre o partido político UNITA e um grupo por si classificado como “terrorista”, conforme noticiado por alguns órgãos de comunicação.
Por fim, o Executivo lamentou o que considera um “posicionamento acintoso e reiterado” da RTP contra Angola, especialmente num ano emblemático em que se celebram os 50 anos da Independência do país.
