Um eleito local disse à agência francesa AFP que pelo menos 15 civis foram mortos nos ataques, número que um responsável de uma organização não-governamental no terreno eleva para “pelo menos 20 civis, incluindo crianças”, sendo que continuam “sem notícias” de outras pessoas.
Já os separatistas islâmicos contabilizaram 21 mortos, entre os quais 15 civis, 11 deles crianças, dezenas de feridos e “enormes danos materiais”.
“O exército da junta maliana e os mercenários russos do grupo Wagner (…) realizaram vários ataques com drones a partir do Burkina Faso, contra Tinzaouatene, a poucos metros do território argelino”, reportaram os separatistas, através de um comunicado.
“Inicialmente, atacaram uma farmácia, depois seguiram-se outros ataques, visando aglomerações humanas”, relataram.
Grupos separatistas armados têm perdido o controlo de várias localidades no Norte do Mali desde 2023, após uma ofensiva do exército maliano, que culminou na captura de Kidal, um bastião dos que exigem a independência daquele território.
Porém, em julho, a história foi diferente, na mesma cidade de Tinzaouatene, onde separatistas e extremistas afirmaram ter matado dezenas de membros do grupo paramilitar Wagner e soldados das tropas malianas durante combates ocorridos entre 25 e 27 de julho.
O exército do Mali reconheceu ter sofrido significativas baixas nesses ataques, mas não forneceu detalhes concretos e, com a ajuda do grupo Wagner, respondeu nos dias seguintes com ataques de drones contra Tinzaouatene.
O Mali, governado por uma junta militar golpista desde 2020, e tem sido palco de contínuos ataques perpetrados pelo fundamentalista Estado Islâmico e pela filial local da rede terrorista Al-Qaida.
Segundo o Armed Conflict Location and Event Data Project (ACLED), que monitoriza a violência no mundo, entre maio de 2023 e maio deste ano, 4.394 pessoas morreram no Mali em eventos violentos levados a cabo por grupos não estatais e outras 2.277 às mãos das forças estatais.
Em resposta aos extremistas, a junta, liderada pelo coronel Assimi Goita, pôs fim à antiga aliança com a França e os seus parceiros europeus e aliou-se militar e politicamente com a Rússia.
As Nações Unidas já responsabilizaram as forças estatais malianas por massacres de civis.