“Vale referir aqui que se nota uma evolução francamente positiva do setor do turismo (…) que subiu de 2,46% em 2021 para 4,02% [do PIB] em 2023, aventando-se as melhores hipóteses de uma trajetória de crescimento no médio prazo”, avançou Nyusi, na abertura, em Maputo, da 10.ª edição da Fikani – Feira Internacional do Turismo de Moçambique.
O chefe de Estado acrescentou que “o fluxo de turistas nos vários segmentos” aponta para “uma tendência de crescimento de chegadas internacionais”, que “foi de 870.838 de visitantes estrangeiros em 2023”, sendo 87% provenientes do continente africano e 6% da Europa.
Em resultado, as receitas do turismo internacional, anunciou ainda, atingiram os 221 milhões de dólares em 2023, um crescimento de mais de 10% face a 2022.
Adicionalmente, durante o ano de 2023, a receita resultante da atividade turística nas reservas e parques nacionais subiu para 227 milhões de meticais, dos quais 20% “beneficiaram as comunidades locais”.
“Isso é o princípio que sempre defendemos porque são os maiores produtores das áreas, são as comunidades locais”, sublinhou Nyusi, dando como exemplo desta procura os parques nacionais de Bazaruto, de Maputo e da Gorongosa ou a Reserva Nacional do Niassa.
O crescimento do setor do turismo é justificado, segundo o chefe de Estado, com o “relaxamento na concessão de vistos de entrada”, desde maio do ano passado.
“Compreendendo a introdução do visto de fronteira, alteração do visto de negócio com múltiplas entradas e permanência no país até 90 dias. Teve também a sua contribuição o visto para a atividade de investimento com múltiplas entradas e permanência no país de dois a cinco anos, dependendo do valor do investimento”, exemplificou.
“Mais importante ainda foi a isenção de vistos a 29 países, no quadro das medidas de aceleração económica, acompanhada pela plataforma E-Visa, com ganhos substanciais de produtividade, onde foi possível registar 75.695 visitantes em 2023”, acrescentou, defendendo que “estas medidas devem continuar a ser divulgadas” e “exploradas”.
Para Nyusi, outro fator “determinante no impulso” do turismo “de qualidade” em Moçambique passou pela “edificação de diversas infraestruturas pelo setor público”, como energia, estradas, pontes ou hospitais.
“Porque não há turista que vai para um sítio onde não sabe se tiver qualquer problema onde vai ser assistido. Também não há turistas que vão onde há mosquitos”, disse.
Na abertura da 10.ª Fikani, que espera receber até domingo 6.500 participantes e mais de 220 expositores de vários países, o chefe de Estado defendeu que Moçambique tem condições para se “impor no turismo internacional”, desde logo através de uma “aposta forte na qualidade de produtos e serviços”, de forma diferenciadora.
O objetivo, disse é atrair “mais turistas e melhor que outros destinos” em África.
Pediu igualmente “dinamismo empresarial” ao setor do turismo nacional: “É preciso agitar-se, não pode ficar acanhado”.
Para Nyusi, Moçambique necessita de desenvolver o turismo cultural e de natureza.
“Tendo em consideração de 26% do território nacional é constituído por áreas de conservação, nós temos a responsabilidade de proteger o ambiente”, apontou.