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PR Nyusi diz que deixa Moçambique no caminho do desenvolvimento apesar das “tempestades”

todayAgosto 7, 2024 37

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O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, despediu-se hoje do parlamento, após 10 anos no poder, garantindo que apesar de “tempestades” e “convulsões” o país “caminha rumo ao desenvolvimento sustentável” e anunciou um indulto a 2.000 condenados.

“Estou orgulhoso do que conseguimos juntos e confiante de que o legado que deixo continuará a guiar Moçambique em direção ao progresso. A decisão de priorizar a paz [acordos de 2019 com a Renamo] e a reconciliação foi, sem dúvida, uma das mais importantes que tomei durante os dois mandatos”, disse Nyusi, ao apresentar, ao longo de mais de três horas e meia, a informação anual sobre a Situação Geral da Nação.

“Foi um privilégio servir incansavelmente, procurando melhorar as condições da vida de todos os concidadãos, de todos nós. Ao olhar o caminho percorrido, vejo um percurso repleto de desafios, mas também de grandes vitórias. Aprendi lições valiosas, aprendi a ser paciente. Essas lições permanecerão comigo para sempre”, acrescentou, ao apresentar pela última vez o balanço anual — habitualmente feito no final do ano – face à realização de eleições gerais em outubro, às quais não concorre.

Sublinhou que os “resultados” que enumerou do último mandato de cinco anos “não podem ser objeto de retórica”, sendo “conquistas concretas”: “Refletem-se no dia-a-dia de cada um de nós e do cidadão. Hoje tem mais água, mais energia, posto de saúde, mais escolas e mais infraestruturas. Estas conquistas foram alcançadas quando em todo o mundo se vive um clima de tensão, de crise e de agravamento geral das condições de vida”.

Reconhecendo “que ainda há muito trabalho a ser feito”, admitiu: “Os progressos alcançados nos últimos anos dão-nos a confiança para continuar a implementar políticas e programas que visam melhorar a vida de todos os moçambicanos”.

Na sua intervenção, Filipe Nyusi reconheceu os impactos negativos da covid-19, dos ciclones que afetaram o país neste mandato, a insegurança provocada pelos crimes de raptos e o terrorismo em Cabo Delgado, mas também as perspetivas positivas que representa o arranque, desde 2022, das exportações de gás natural.

“Acabei de anunciar uma longa lista de realizações. Estas conquistas foram alcançadas debaixo de adversidades que nos foram impostas. Fazendo o balanço deste percurso, permitam-me afirmar que o país cresce economicamente e a nação caminha resiliente rumo ao desenvolvimento sustentável”, insistiu.

Um crescimento que garantiu ser “mensurável, economicamente”, e que “a nação caminha resiliente com tantas tempestades, com tantas convulsões, rumo ao desenvolvimento sustentável”.

Moçambique realiza eleições gerais em 09 de outubro, que incluem presidenciais, legislativas, para governadores de província e assembleias provinciais, com Nyusi a apelar para uma “campanha eleitoral pacífica”.

“Exortámos para a adesão massiva aos locais de votação, num ambiente de civismo e de respeito aos adversários políticos, às autoridades e aos órgãos eleitorais”, disse.

Tal como em anos anteriores, “em coordenação com as autoridades judiciárias”, anunciou ainda que em 22 de dezembro deste ano será concedido um “indulto a cerca de 2000 cidadãos condenados”. “Pretendemos com esta medida de clemência permitir que os cidadãos que preencham os necessários requisitos beneficiam desta medida excecional e possam regressar ao convívio familiar”, explicou.

Antes ministro da Defesa Nacional, Nyusi assumiu o cargo de Presidente da República em janeiro de 2015.

“Ao preparar-nos para uma nova fase da história de Moçambique, peço a todos os moçambicanos que mantenham a unidade e o compromisso com o progresso. O futuro de Moçambique depende da capacidade de trabalharmos juntos, superando as divisões e priorizando os objetivos comuns. Que o nosso amor pela pátria seja sempre maior que qualquer adversidade. O futuro de Moçambique será brilhante”, disse.

“Aos ilustres deputados aqui presentes auguro um bom regresso aos círculos eleitorais e ao conforto familiar. E eu também estou prestes a ir descansar”, concluiu.

Editor: Carla

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