O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, tinha já dito que estava “devidamente confortável” com a ideia de que tudo iria passar-se como estava decidido, quando questionado pela Lusa se a situação política na Guiné-Bissau podia trazer alterações ao definido na última cimeira.
Na ocasião, ficou estabelecido que, a seguir a São Tomé e Príncipe, a próxima presidência rotativa da comunidade, entre 2025 e 2027, é da Guiné-Bissau, e as cimeiras de Chefes de Estado e de Governo ocorrem no país que vai assumir esse cargo, mas faltava a confirmação dos ministros sobre o local e a marcação da data, tendo sido hoje anunciada a data do Conselho de Ministros preparatório.
O Presidente da Guiné-Bissau, Sissoco Embaló, assegurou, em outubro de 2023, em visita a Portugal, que o seu país estava já “pronto para assumir a presidência”, mas a situação política no país alterou-se desde então, o que podia colocar dúvidas.
Sissoco Embaló convocou eleições legislativas antecipadas para 24 de novembro, na sequencia da sua decisão, em dezembro de 2023, de dissolver o parlamento, que tinha sido eleito em junho, alegando uma grave crise institucional no país e uma tentativa de golpe de Estado.
Na reunião de hoje participaram os ministros de São Tomé e Principe, Gareth Guadalupe, que presidiu, Téte António, de Angola, Mauro Vieira, do Brasil, Rui Figueiredo Soares, de Cabo Verde, Carlos Pinto Pereira, da Guiné-Bissau, Paulo Rangel, de Portugal, e Bendito dos Santos Freitas, de Timor-Leste, e, em representação dos seus países, Osvalda Joana, embaixadora de Moçambique em Angola e São Tomé e Príncipe, e Tito Mba, embaixador da República da Guiné Equatorial junto da CPLP.
São Tomé, país que escolheu como lema da sua presidência rotativa “A Juventude e Sustentabilidade”, conduziu este Conselho de Ministros centrado no debate da importância da mobilidade académica dos jovens e o papel que estes podem desempenhar na promoção do crescimento económico e no desenvolvimento sustentável.
A CPLP tem como estados-membros Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné Equatorial e Timor-Leste.