O presidente da Associação dos Construtores Civis Internacionais da China disse que, durante os três dias, o fórum recebeu mais de 3.500 convidados de mais de 70 países e regiões de todos os continentes.
Numa conferência de imprensa, Fang Qiuchen acrescentou que os acordos assinados durante o fórum envolvem 22 países e regiões e um valor total de 13 mil milhões de dólares (12,2 mil milhões de euros).
Na mesma conferência, o presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) revelou que “os projetos de maior escala incluem projetos de infraestruturas em dois países lusófonos, nomeadamente Angola e Brasil”.
Além disso, “algumas empresas de construção de Macau assinaram memorandos de cooperação para a realização de projetos de infraestruturas em Timor-Leste”, disse Vincent U U Sang.
Numa resposta escrita, o IPIM disse à Lusa que foram assinados seis acordos envolvendo países de língua portuguesa, em áreas como fornecimento e distribuição de electricidade, transporte, portos, produção de materiais metálicos e infra-estruturas de água potável.
Horas antes, o ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação de Angola, Carlos dos Santos, disse à Lusa que chegou a acordo com a empresa estatal chinesa China Road and Bridge Corporation para construir a primeira autoestrada do país.
“Essa autoestrada, que tem cerca de 1.400 quilómetros, ligará a parte sul de Angola com a vizinha Namíbia, até à parte norte de Angola, com a República Democrática do Congo”, explicou o governante.
O grupo chinês deverá concluir os estudos até ao “meio ou o final de 2025” e o ministro previu o início da construção “no final de 2025 ou em 2026”, com as obras estimadas em 2,5 mil milhões de dólares (2,33 mil milhões de euros].
Na quinta-feira, o ministro da Energia e Águas de Angola disse à televisão pública de Macau TDM que o país iria assinar acordos com duas empresas estatais chinesas, a Powerchina e uma subsidiária da China State Grid.
João Baptista Borges explicou que os memorandos preveem a construção de sistemas de transmissão de eletricidade para aumentar a taxa de eletrificação no sul de Angola e para exportar energia para os países vizinhos.
Horas antes, o governante tinha feito um discurso no fórum a apelar ao investimento privado chinês na geração e fornecimento de eletricidade em Angola.
Borges defendeu que este setor é “uma oportunidade de mercado face ao potencial industrial do país, a sua integração económica regional, bem como o seu potencial interno de consumo”.
Também na quinta-feira, o grupo brasileiro de concessão de infraestrutura, transportes e serviços CCR assinou um acordo com uma empresa chinesa para o projeto de engenharia da extensão de uma linha de caminhos-de-ferro em São Paulo, no sudeste do Brasil.
O diretor executivo do CCR, Márcio Magalhães Hannas, disse à TDM que a extensão em 15 quilómetros, estimada em cinco mil milhões de yuan (644 milhões de euros), iria servir mais 85 mil passageiros em cada dia útil.
A empresa de água engarrafada Timor Macau Agua Nova Unipessoal, Lda assinou acordos com empresas de Macau e da vizinha zona económica especial de Hengqin (Ilha da Montanha) também na quinta-feira.
O diretor-geral da empresa, Lao Kam Chio, disse à TDM que o investimento inicial será de dois milhões de dólares (1,87 milhões de euros), mas que poderá aumentar com a expansão da cooperação para os mercados dos países africanos de língua portuguesa.