O Chile vai juntar-se à queixa apresentada pela África do Sul contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) por “genocídio” dos palestinianos, anunciou neste sábado o Presidente chileno, que exigiu “uma resposta firme da comunidade internacional”.
Gabriel Boric, que falava numa cerimónia de balanço das políticas públicas, denunciou ainda a invasão russa da Ucrânia e as violações dos direitos humanos na Nicarágua e na Venezuela.
“Estes atos exigem uma resposta forte da comunidade internacional”, disse o Presidente do Chile, afirmando que o seu país “nunca abandonará a sua vocação para o diálogo e o entendimento para garantir uma ordem global estável e pacífica”.
“É por isso que, além do apoio humanitário à Palestina, da convocação do nosso embaixador em Israel e do requerimento, juntamente com o México, ao Tribunal Penal Internacional para investigar a situação na Palestina, decidi que o Chile se tornará parte e apoiará o processo que a África do Sul intentou contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça de Haia, no âmbito da Convenção das Nações Unidas sobre o Genocídio”, anunciou.
Gabriel Boric acrescentou que pediu ao Ministério dos Negócios Estrangeiros do Chile que prepare um resumo com os argumentos para o Chile se juntar á queixa apresentada pela África do Sul, que acusou Israel de cometer genocídio contra a população palestiniana.
O Presidente chileno também condenou os atos de terrorismo do movimento palestiniano Hamas e pediu a libertação de todos os reféns capturados no ataque de 07 de outubro contra Israel.
“Tivemos um papel importante na elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos. E quando esses direitos foram violados no Chile recebemos a solidariedade de todas as nações e povos do mundo. Tudo isso deu origem a um compromisso histórico que o Chile não abandonará em hipótese alguma”, frisou.
Em consonância com esta posição, Boric afirmou que o Chile sempre levantou “a sua voz para condenar a violência criminosa, o terrorismo, o genocídio e a agressão em todos os cantos do mundo. A luta contra o crime e a defesa da vida e dos direitos humanos não têm cor política nem nacionalidade”.
Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza após um ataque mortífero do Hamas em 07 de outubro, no qual militantes desse movimento palestinianos invadiram o sul do território israelita, mataram quase 1.200 pessoas, na maioria civis, e levaram cerca de 250 como reféns.
A operação israelita em grande escala de retaliação no enclave palestiniano já matou mais de 36 mil pessoas, na maioria também civis, de acordo com o governo local do Hamas, e deixou o território numa grave crise humanitária.