A OMS divulgou hoje o Relatório Global sobre as Hepatites 2024 na Cimeira Mundial sobre a Hepatite, em Lisboa, e salientou que, apesar da existência de melhores instrumentos de diagnóstico e tratamento e da diminuição dos preços dos produtos, as taxas de cobertura dos testes e do tratamento estagnaram.
“Menos de 5% das pessoas com hepatite B em África foram diagnosticadas e apenas 5% destas receberam tratamento. Estima-se que 13% das pessoas com hepatite C tenham sido diagnosticadas [em África] e apenas 3% tenham recebido tratamento”, anunciou a OMS no relatório.
O número de novas infeções por hepatite B, por ano, em África, em 2022, era de 771.000 e o número de mortos era 272.000 e o número de novas infeções por hepatite C era de 172.000, com um número de mortos de 35.100 pessoas, segundo o relatório.
Segundo os dados da OMS, apenas 18% dos recém-nascidos em África foram vacinados à nascença contra a hepatite B.
A Etiópia, Nigéria, Bangladesh, China, Índia, Indonésia, Paquistão, Filipinas, a Federação Russa e o Vietname representam, coletivamente, quase dois terços do número global de casos de hepatite B e C.
Os vírus da hepatite ainda causam 3.500 mortes por dia, um número que está a aumentar, indica-se no relatório da OMS, que pede “medidas rápidas” para inverter a tendência.
O estudo com novos dados de 187 países, mostra que o número estimado de mortes por hepatite viral aumentou de 1,1 milhões em 2019 para 1,3 milhões em 2022.
Trata-se de uma “tendência alarmante”, considerou a diretora do Departamento sobre VIH (vírus da imunodeficiência humana), Hepatite e Infeções Sexualmente Transmitidas (IST) da OMS, Meg Doherty, em conferência de imprensa.
Segundo a agência da ONU dedicada à saúde, a hepatite viral (A, B, C, D o E), que causa a inflamação do fígado e nalguns casos a sua deterioração, continua a ser a segunda doença infecciosa com maior mortalidade, ao mesmo nível da tuberculose e apenas atrás da covid-19.
No total, morrem diariamente no mundo 3.500 pessoas devido a uma infeção pelo vírus, sendo o mais letal o do tipo B (responsável por 83% das mortes), seguido do C (17% dos óbitos).
Segundo as estimativas atualizadas da OMS, em 2022, 254 milhões de pessoas viviam com hepatite B e 50 milhões com a C.